Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2016 |
Autor(a) principal: |
Carvalho, Marcos Oliveira de |
Orientador(a): |
Costa, Francisco de Assis da |
Banca de defesa: |
Fernandes, Ana,
Drummond, Washington Luís Lima,
Teixeira, Aparecida Netto,
Ribeiro, José Augusto |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
FACULDADE DE ARQUITETURA
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Programa de Pós-Graduação: |
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ARQUITETURA E URBANISMO
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
http://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/21234
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Resumo: |
Evidências reunidas pela literatura acadêmica sustentam o argumento de que as experiências de planejamento participativo podem contribuir - através da mobilização, da integração e do diálogo entre agentes - para que as vias adotadas para o desenvolvimento urbano sejam mais permeáveis às expectativas e interesses dos grupos sociais afetados pelas ações e políticas públicas. Nesta tese procura-se participar desse debate destacando a importância e examinando o papel de um dos mecanismos pelos quais esse processo pode se concretizar, a produção audiovisual. A pesquisa partiu da hipótese de que a produção audiovisual contribuiria para uma prática de planejamento comprometida com a coletividade e sua complexidade; ela seria uma opção de uso nas relações comunicacionais, de maneira que a mediação dos conflitos inerentes ao planejamento urbano pudesse se fazer mais facilmente. Para embasar tal hipótese, partiu- se de uma revisão teórica do tema, destacando conceitos que seriam instrumentais para a análise empírica. Em seguida, a tese explora diversas experiências participativas recentes, que utilizaram, em diferentes gradações, a produção audiovisual em seus processos; assim fazendo, buscou-se construir referenciais comparativos para melhor entender o caso empírico abordado, qual seja, o da experiência de elaboração do plano de bairro de Saramandaia, em Salvador (Bahia, Brasil). Os dados que ancoram a tese resultam tanto da experiência de observação, pelo autor, do decurso desse processo (entre 2012 e 2015), como da participação do mesmo na produção e veiculação de todo o material audiovisual, aí compreendido o desenvolvimento de um índice para comparar a audiência dos materiais veiculados. Dessa maneira, os modos de uso e produção audiovisual puderam ser observados em suas potências múltiplas de aproximação e afastamento, como instrumentos de leitura da realidade sobre a qual se iria intervir; mas foram observados também em seus efeitos enquanto mobilizadores, difusores de informação e elementos de apoio à deliberação democrática no planejamento urbano. O estudo documentou que as formas assumidas por tal apoio não apenas eram diversas, mas que elas variavam a depender da natureza das etapas do processo de planejamento e dos desafios que cada uma delas colocava para a participação. Entretanto, e para além das expectativas iniciais das hipóteses que guiaram a pesquisa, as narrativas audiovisuais refletiram tanto questões práticas das táticas de ação, como, e principalmente, as subjetividades individuais e coletivas, as variações de engajamento no processo e as representações partilhadas pelos agentes. Desse modo, características heterotópicas dos discursos participativos puderam ser desveladas pela observação participante realizada. É possível afirmar, em suma, que a produção audiovisual sustentou a integração de diferentes modos de entendimento, promoveu diálogos e, por consequência, apoiou a elaboração de diretrizes e propostas produzidas no processo de planejamento urbano observado; e o fez sob formas múltiplas, que enriqueceram as expectativas teóricas que haviam sido extraídas da literatura e dos casos revisados. |