Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2020 |
Autor(a) principal: |
Ressurreição, Sairon Santos |
Orientador(a): |
Rocha, José Fernando Moura |
Banca de defesa: |
Silva Neto, Climério Paulo da,
Teixeira, Elder Sales,
Rocha, José Fernando Moura |
Tipo de documento: |
Dissertação
|
Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Faculdade de Educação
|
Programa de Pós-Graduação: |
Ensino, Filosofia e História das Ciências
|
Departamento: |
Não Informado pela instituição
|
País: |
Brasil
|
Palavras-chave em Português: |
|
Área do conhecimento CNPq: |
|
Link de acesso: |
http://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/32429
|
Resumo: |
Nesta pesquisa, investigamos quais contribuições para a compreensão de aspectos da Natureza da Ciência associados ao erro científico podem emergir de uma sequência didática que discuta - a partir de dois referenciais epistemológicos, o evolucionário e o revolucionário - o papel de figuras históricas secundárias para o desenvolvimento científico. Argumentamos que o progresso da ciência pode ser coerentemente explicado tanto por uma perspectiva selecionista ou evolucionária, que identificamos com o racionalismo crítico de Karl Popper; quanto por uma epistemologia de ruptura ou revolucionária, que associamos aos trabalhos de Thomas Kuhn. Julgamos que a compreensão de aspectos epistemológicos da Natureza da Ciência pode ser beneficiada pela discussão da controvérsia entre as teorias do conhecimento dos dois autores, uma vez que esta dissonância reflete tensões tanto na filosofia da ciência (relativismo versus racionalismo) quanto na historiografia da ciência (continuísmo versus descontinuísmo). O papel epistêmico do erro científico pode ser revelado através da análise histórica das contribuições que teorias equivocadas deram para o progresso. Nesse sentido, o astrofísico inglês John William Nicholson (1881-1955) emerge como um personagem histórico que deu sólidas contribuições para a edificação do que hoje conhecemos como Antiga Teoria Quântica, particularmente para a formulação do modelo atômico de Bohr, de 1913. Ao se destacar que mesmo ideias equivocadas, como a teoria dos proto-elementos de Nicholson, podem contribuir para o desenvolvimento científico, extrai-se do erro sua vocação pedagógica, a de ilustrar uma ciência tentativa, plural e confiável. A partir dos estudos realizados, apresentados nos capítulos iniciais deste trabalho, criamos uma sequência didática centrada no estudo das contribuições dadas pelos trabalhos do astrofísico para o modelo atômico de Bohr, tendo como pano de fundo tensões conceituais entre as epistemologias evolutiva e revolucionária. Os dados desta pesquisa qualitativa foram obtidos a partir de entrevistas, gravações em áudio e vídeo das aulas, além de questionário escrito. O texto é estruturado em quatro partes principais: na primeira, são apresentadas as bases conceituais tanto para uma epistemologia revolucionária, quanto para uma perspectiva epistemológica evolutiva; na segunda, são discutidas a visão de ciência adotada neste trabalho e a relação do erro com o ensino de ciências; na terceira parte, é desenvolvida uma narrativa da ascensão da Antiga Teoria Quântica com enfoque nas contribuições dadas pela teoria atômica de Nicholson à escrita de Sobre a Constituição de Átomos e Moléculas, de Niels Bohr; e finalmente, na quarta e última parte, é apresentado o processo de construção e implementação da sequência didática, além de serem discutidos os resultados da proposta. A abordagem adotada apresentou considerável potencial para melhorar concepções dos discentes sobre os temas ‘confiabilidade da ciência’ e ‘pluralismo teórico’. A compreensão do tema ‘pluralismo metodológico’, por outro lado, se deu de maneira parcial e menos evidente. |