A REALIZAÇÃO DO SUJEITO PRONOMINAL EM FRANCÊS POR APRENDIZES BRASILEIROS

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Sampaio, Angelo de Souza
Orientador(a): Pinto, Carlos Felipe da Conceição
Banca de defesa: Bessa, Rita Maria Ribeiro, Souza, Lílian Teixeira de
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Instituto de Letras
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Língua e Cultura
Departamento: Não Informado pela instituição
País: brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/26663
Resumo: Ao discutir as características de mudança gramatical do português brasileiro (PB), de uma língua de sujeito nulo para uma língua de sujeito preenchido (cf. DUARTE, 1993, 1995), Roberts (1993, 2007) afirma ser importante analisar tal língua, considerando que o estudo da mudança em curso pode esclarecer fatos da mesma mudança, já concluída, pela qual o francês passou. Sabe-se que as línguas humanas apresentam dois tipos de sujeito pronominal: a) os referenciais que, como o nome já diz, apresentam uma referência no mundo e são selecionados semanticamente como argumento externo do verbo; e b) os expletivos que, por sua vez, não apresentam valor semântico, portanto, não são selecionados pelo verbo, cumprindo apenas a função sintática de não deixar a posição do sujeito vazia na oração. Um dos aspectos mais discutidos na teoria da gramática gerativa após a modelação de Princípios e Parâmetros (Chomsky 1981, 1994) foi o parâmetro de sujeito nulo, parâmetro pro-drop, pelo qual se observou que as línguas podem omitir ou realizar o sujeito. O italiano e o espanhol são línguas nas quais os sujeitos são omitidos. O francês e o inglês são línguas nas quais os sujeitos estão obrigatoriamente expressos. O PB tem sido classificado como uma língua de sujeito nulo parcial, devido à mudança em curso. Nesta esteira, este trabalho tem a finalidade de averiguar como aprendizes brasileiros, que tendem a expressar os sujeitos pronominais referenciais e omitir os expletivos, realizam tais sujeitos no francês como L2, considerando que essa língua apresenta expressão obrigatória dos dois tipos de sujeito pronominal, em divergência com o PB. O corpus foi composto por produções escritas de estudantes brasileiros do curso de idiomas da Universidade Federal da Bahia. Foram selecionados estudantes dos níveis intermediário e avançado. Na Seção 2, são discutidas as teorias voltadas para a aquisição de línguas: por que o ser humano é capaz de falar e como se dá o processo de aquisição de primeiras e segundas línguas, L1 e L2. A Seção 3 se concentra nas teorias sobre a mudança linguística pela ótica dos estudos gerativistas. A título de exemplificação, são apresentadas as mudanças do francês, já concluídas, e do PB, ainda em curso. É mostrado que ambas as mudanças foram, dentre outros fatores, licenciadas pelo empobrecimento do paradigma verbal. Na Seção 4 é exposta a análise dos dados que nos levam a conclusão de que os aprendizes brasileiros do francês como L2 apresentam dificuldade em adquirir os sujeitos pronominais expletivos, “il” e “ce”. Na Conclusão é proposta uma alternativa para a solução dos problemas encontrados durante a análise dos dados.