Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2010 |
Autor(a) principal: |
SILVA, Lívia Moura da |
Orientador(a): |
PROST, Catherine |
Banca de defesa: |
Germani, Guiomar Inês,
Bandeira, Fábio Pedro Souza de Ferreira,
PROST, Catherine |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Instituto de Geociências,Universidade Federal da Bahia
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-Graduação em Geografia (POSGEO)
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/19836
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Resumo: |
O principal objetivo deste estudo é verificar a relação entre Território e Identidade territorial gerados a partir dos usos e da conservação dos recursos naturais no Território Indígena Pankararé-BA. A população indígena Pankararé encontra-se no interior da região Nordeste brasileira, numa área denominada Raso da Catarina. As duas Terras indígenas Brejo do Burgo e Pankararé abriga uma população de aproximadamente 1500 habitantes dividida em quatro aldeias: Brejo do Burgo, Serrota, Chico e Ponta D’água. De forma geral, a maior parte da população sobrevive de atividades agrícolas, caça e extrativismo de frutos e plantas medicinais, criação de animais dentre outros. Esse processo revela a articulação entre o uso dos espaços e evidencia a importância da pluriatividade existente nas atividades cotidianas. Os Pankararé, assim como outros povos indígenas do Nordeste, representam o tipo de índio que enfrentou todos os gêneros de compulsões: culturais e socioeconômicas mas conseguiu sobreviver às mesmas, ocupando terras que apresentavam-se como economicamente inviáveis para os interesses da época pela sociedade não indígena. Os índios Panakararé viveram nas últimas três décadas um movimento de recriação e revitalização de rituais, reforçando sua identidade étnica. O estudo do processo histórico-espacial possuiu extrema importância para as análises acerca da construção identitária territorial em que se verificaram os movimentos de reivindicação e de luta pela demarcação do território como imprescindíveis no processo da construção identitária Pankararé. Nos últimos cem anos de contato com seus vizinhos regionais, observou-se que, além do movimento de resistência, ocorreram trocas entre a cultura sertaneja e indígena, manifestas sobretudo através dos casamentos interétnicos que estreitaram os vínculos entre etnias. Dessa maneira, a identidade foi construída e reconstruída a partir das diversas contribuições de distintas matrizes culturais. Nesse sentido, as múltiplas territorialidades no território indígena Pankararé são delineadas espacialmente de acordo com as especificidades e necessidades do grupo social e aparecem em distintos momentos no cotidiano do grupo. Vale ressaltar que estes vínculos identitários Pankararé possuem lógicas e concepções distintas contrárias ao caráter romântico típico da visão urbana-industrial que apresenta uma preocupação “excessiva” com o uso dos recursos naturais. Com isso, verificou-se que, assim como outras identidades, a identidade Pankararé apresenta-se imersa nas ações cotidianas da etnia, ora mais simbólicas ora mais concretas, num contínuo processo de construção, afirmação, reajuste e reafirmação. |