O Programa Forte e o relativismo epistêmico

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Rios, Maurício Cavalcante lattes
Orientador(a): Silva Filho, Waldomiro José da
Banca de defesa: Dias, André Luís Mattedi, Pessoa Júnior, Osvaldo Frota, Giri, Leandro, Oliveira, Deivide Garcia da Silva, Assis, Saulo Moraes de
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal da Bahia
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Ensino, Filosofia e História das Ciências (PPGEFHC) 
Departamento: Faculdade de Educação
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufba.br/handle/ri/36969
Resumo: Esta tese compreende uma variante do Relativismo: o Relativismo Epistêmico sobre o Conhecimento Científico. Esta tese defende que o Relativismo do Programa Forte endossa o Relativismo Epistêmico porque se compromete filosoficamente com conceitos epistemológicos e ontológicos, destacando que ambas as formas de relativismo podem fornecer uma base para reflexões sobre a Educação Multicultural. O Relativismo Epistêmico é uma tese segundo a qual as crenças, a justificação e o conhecimento dependem de um conjunto de condições, como épocas, culturas, sociedades etc. O Relativismo do Programa Forte é uma forma de Relativismo Metodológico aplicado ao conhecimento científico. Para o Programa Forte, o conhecimento científico é uma forma de adaptação coletiva da humanidade à natureza. David Bloor, em sua obra Conhecimento e Imaginário Social, fornece um conjunto de conceitos importantes para a reflexão da aplicação da Sociologia do Conhecimento Científico sobre a ciência. Esta obra, além de destacar autores importantes, como Durkheim e Mannheim, dentre outros, apresenta princípios que podem sustentar uma forma diferenciada do Relativismo Epistêmico: um Relativismo localizado aos padrões cognitivos de uma comunidade em uma época. Suas descrições sobre a relação entre os modelos sociais e modelos científicos levantam a possibilidade de se defender o Relativismo. Além de Bloor, há uma crítica ao Relativismo do Programa Forte que é discutido por epistemólogos como Bruno Latour e Paul Boghossian. Deve-se destacar que o Programa Forte tem inspiração nas obras de Kuhn, especialmente a Estrutura das Revoluções Científicas. Críticas mais recentes surgiram, como as de Harvey Siegel, Markus Seidel, Maria Baghramian e Richard Schantz, procurando examinar o Programa Forte e o Relativismo a fim de apresentar suas dificuldades. David Bloor rejeita essas críticas, lançando um lema: o Relativismo é oposto do Absolutismo. Esta tese apoia-se em campos disciplinares como a Antropologia, Sociologia do Conhecimento Científico, Filosofia das Ciências, História das Ciências e campos interdisciplinares como Ciência, Tecnologia e Sociedade e Estudos Sociais sobre a Ciência. Para o Ensino de Ciências, o conceito do Relativismo tornou-se um tema contemporâneo que pode se envolver com a Educação Multicultural em torno de temáticas como a tolerância epistêmica e cognitiva, respeito a grupos minoritários e culturas diferentes, além do bem cívico. O termo relativismo é encontrado não só nos debates acadêmicos, mas também em informações que circulam nos meios de comunicação, em especial na internet, em sites, blogs e redes sociais e, inclusive, nas práticas discursivas cotidianas. Nesses contextos de comunicação, distorções conceituais são comuns, relacionando o relativismo, por exemplo, a uma espécie de “vale-tudo”. Pretende-se também mostrar, nesta tese, a importância de autores clássicos, com pensadores, conceitos e debates ainda presentes e atualizados. Por fim, algumas teses, como Relativismo Construcionista Social, Subdeterminação da Teoria pelos Dados, Holismo Confirmacional, Carga Teórica sobre a Observação e Incomensurabilidade, são revistas.