Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2011 |
Autor(a) principal: |
Lopes, Josiane Mota |
Orientador(a): |
Lima, Mônica Angelim Gomes de |
Banca de defesa: |
Silva, Edith Seligmann,
Trad, Leny Alves Bonfim,
Castellanos, Marcelo Eduardo Pfeiffer |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Faculdade de Medicina da Bahia
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-graduação em Saúde, Ambiente e Trabalho
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/31628
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Resumo: |
As Lesões por Esforços Repetitivos/Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho (LER/DORT) são afecções que afetam o indivíduo no seu contexto biopsicossocial, interferindo na sua capacidade produtiva, resultando em incapacidade temporária ou permanente para o trabalho, para as atividades da vida diária e para a participação social. Concomitantemente às alterações físicas, sentimentos de impotência e incapacidade, associados a barreiras sociais enfrentadas no processo de legitimação do adoecimento e busca de assistência, comprometem a saúde mental de trabalhadores com LER/DORT, sendo a depressão um dos transtornos psíquicos encontrados. LER/DORT e depressão são fenômenos multidimensionais que quando presentes sincronicamente interagem de forma complexa, produzindo diferentes efeitos no processo de adoecimento crônico, expressos nas ações e interações sociais cotidianas. Esses efeitos podem afetar a própria história de vida dos indivíduos com esses problemas. Este estudo objetivou compreender como trabalhadores com LER/DORT e depressão experienciam a coexistência dessas duas patologias, através da análise da narrativa de suas histórias de vida. Para tanto, foram realizadas entrevistas em profundidade com cinco trabalhadoras com diagnóstico de LER/DORT e depressão, em tratamento na clínica de dor do Hospital Universitário Professor Edgar Santos/Universidade Federal da Bahia (HUPES/UFBA), enfocando a origem e o desenvolvimento do seu sofrimento em suas histórias de vida. Obteve-se o diagnóstico de depressão a partir da utilização do instrumento psiquiátrico Mini International Neuropsychiatric Interview – M.I.N.I-PLUS e, para o diagnóstico de LER/DORT, o trabalhador apresentava a Comunicação de Acidente de Trabalho (CAT) ou era avaliado por um médico do trabalho. Para a coleta dos dados foi utilizado um roteiro de entrevista aberta, com uma questão norteadora que abrangesse o objetivo do estudo. O método do estudo foi o autobiográfico, pois, assim, é possível ter um olhar singular sobre a maneira como os trabalhadores identificam a origem e o desenvolvimento do seu sofrimento, compreendendo que é através da história de vida que o sofrimento ganha significado e é subjetivado a partir do contexto pessoal e sociocultural. Utilizou-se a entrevista narrativa como uma forma de se aproximar dos significados do sofrimento trazidos por estes trabalhadores. Percebeu-se que a LER/DORT tem maior visibilidade que a depressão, já que o trabalhador tem mais suporte legal para o agenciamento do seu processo de adoecimento, mesmo a depressão se apresentando como transtorno que traz maior sofrimento. A forma como esses adoecimentos se apresenta na vida dessas trabalhadoras permitiu observar três tipologias: depressão e o posterior surgimento das LER/DORT; LER/DORT e posterior surgimento da depressão e LER/DORT acompanhada por sintomas depressivos. Essas tipologias traduzem formas e trajetórias diferenciadas de experiência do adoecimento. Estudar esses dois transtornos permitiu uma compreensão mais integradora dos significados do sofrimento presentes na vida desses indivíduos, propiciando uma visão singular, e ao mesmo tempo plural, traduzida na ressignificação das experiências de adoecimento. |