Entre práticas e representações: tensões territoriais nos cerrados do centro norte brasileiro a partir do oeste de Bahia
Ano de defesa: | 2021 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | , |
Banca de defesa: | , , , , , |
Tipo de documento: | Tese |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal da Bahia
Universidade Federal da Bahia. Instituto de Geociências |
Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-Graduação em Geografia (POSGEO)
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Departamento: |
Instituto de Geociências
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: | |
Área do conhecimento CNPq: | |
Link de acesso: | https://repositorio.ufba.br/handle/ri/34653 |
Resumo: | Este estudo tem como centralidade analisar as práticas e representações dos agentes socioespaciais atuantes na territorialização dos espaços de cerrados do centro norte brasileiro, tomando como escala de análise os cerrados da Bahia. Propomos a leitura espacial dos cerrados a partir das vozes de seus povos, tomando as práticas e representações cerratenses enquanto narrativas contra-hegemônicas que vêm ganhando força pela representatividade de suas pautas, especialmente no ciberespaço, através das redes sociais e, portanto, descortinando as “verdades únicas” que o agronegócio tenta impor ao Brasil, mas especialmente ao cerrado. Tendo as abordagens dialética e fenomenológica enquanto pilares na interpretação e análises das informações, partimos do pressuposto que o capital mundializado, forjado na racionalidade econômica do modelo de produção moderno-colonial-branco-patriarcal impõe mudanças nos ritmos de vida, tanto natural, quanto social aos espaços de cerrados, gerando conflitos de diferentes motivações. Conflitos esses decorrentes de um processo que não é isento de resistências, muito pelo contrário. São diversas as faces envolvidas neste processo, as dos agentes socioespaciais do agronegócio e as faces das resistências locais em diferentes temporalidades. As formas de territorializar os cerrados do centro norte brasileiro pelo capital hegemônico são guiadas pela racionalidade econômica, cuja epistemologia colonial é central e encontra embate direto com os modos de vida de povos cujas epistemologias são biocêntricas. Assim, as formas de compreender os cerrados podem ser observadas a partir das representações espaciais de seus povos em relação ao seu espaço de vida, a partir da oralidade, da escrita e por meio de imagens que retratam as paisagens no seu imaginário. Por outro lado, os agentes socioespaciais do agronegócio também constroem representações acerca do mesmo espaço e, a partir de suas práticas espaciais, expandem estas representações para o conjunto social brasileiro. Com base na fundamentação da Teoria das Representações em articulação com a leitura espacial dos territórios, lugares e paisagens, pode-se compreender as práticas espaciais dos agentes do agronegócio muito bem articuladas com a figura do Estado e a sustentação de suas narrativas a exemplo da indústria cultural, dentre muitos meios. Em contrapartida, as narrativas cerratenses trazem a construção de um imaginário sobre os cerrados enquanto espaços plurais e tecem, em articulação política, as horizontalidades necessárias das r-existências e justiças sociais. |