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Entre práticas e representações: tensões territoriais nos cerrados do centro norte brasileiro a partir do oeste de Bahia

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Reis, Simony Lopes da Silva lattes
Orientador(a): Pertile, Noeli lattes, Pertile , Noeli
Banca de defesa: Porto-Gonçalves, Carlos Walter lattes, Gonçalves, Cláudio Ubiratan lattes, Santos, Clóvis Caribé Menezes dos lattes, Santos, José Antonio Lobo dos lattes, Santos, Clovís Caribé Menezes dos, Santos, José Antônio Lobo dos
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal da Bahia
Universidade Federal da Bahia. Instituto de Geociências
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Geografia (POSGEO) 
Departamento: Instituto de Geociências
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufba.br/handle/ri/34653
Resumo: Este estudo tem como centralidade analisar as práticas e representações dos agentes socioespaciais atuantes na territorialização dos espaços de cerrados do centro norte brasileiro, tomando como escala de análise os cerrados da Bahia. Propomos a leitura espacial dos cerrados a partir das vozes de seus povos, tomando as práticas e representações cerratenses enquanto narrativas contra-hegemônicas que vêm ganhando força pela representatividade de suas pautas, especialmente no ciberespaço, através das redes sociais e, portanto, descortinando as “verdades únicas” que o agronegócio tenta impor ao Brasil, mas especialmente ao cerrado. Tendo as abordagens dialética e fenomenológica enquanto pilares na interpretação e análises das informações, partimos do pressuposto que o capital mundializado, forjado na racionalidade econômica do modelo de produção moderno-colonial-branco-patriarcal impõe mudanças nos ritmos de vida, tanto natural, quanto social aos espaços de cerrados, gerando conflitos de diferentes motivações. Conflitos esses decorrentes de um processo que não é isento de resistências, muito pelo contrário. São diversas as faces envolvidas neste processo, as dos agentes socioespaciais do agronegócio e as faces das resistências locais em diferentes temporalidades. As formas de territorializar os cerrados do centro norte brasileiro pelo capital hegemônico são guiadas pela racionalidade econômica, cuja epistemologia colonial é central e encontra embate direto com os modos de vida de povos cujas epistemologias são biocêntricas. Assim, as formas de compreender os cerrados podem ser observadas a partir das representações espaciais de seus povos em relação ao seu espaço de vida, a partir da oralidade, da escrita e por meio de imagens que retratam as paisagens no seu imaginário. Por outro lado, os agentes socioespaciais do agronegócio também constroem representações acerca do mesmo espaço e, a partir de suas práticas espaciais, expandem estas representações para o conjunto social brasileiro. Com base na fundamentação da Teoria das Representações em articulação com a leitura espacial dos territórios, lugares e paisagens, pode-se compreender as práticas espaciais dos agentes do agronegócio muito bem articuladas com a figura do Estado e a sustentação de suas narrativas a exemplo da indústria cultural, dentre muitos meios. Em contrapartida, as narrativas cerratenses trazem a construção de um imaginário sobre os cerrados enquanto espaços plurais e tecem, em articulação política, as horizontalidades necessárias das r-existências e justiças sociais.