Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2024 |
Autor(a) principal: |
Santos, Igor de Jesus
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Orientador(a): |
Serpa, Angelo Szaniecki Perret
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Banca de defesa: |
Serpa, Angelo Szaniecki Perret
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Marandola Junior, Eduardo José
,
Brito, Marcelo Sousa
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Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal da Bahia
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-Graduação em Geografia (POSGEO)
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Departamento: |
Instituto de Geociências
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.ufba.br/handle/ri/40840
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Resumo: |
A partir da compreensão de que a cidade é lócus da produção e da reprodução social, o que implica modos de ser e estar, perceber como meu corpo e outros corpos, semelhantes ou distintos do meu, estão atravessados por estigmas foi o ponto de partida para refletir sobre como as representações condicionam o imaginário social coletivo. Nesse contexto, esta pesquisa de mestrado busca entender a relação do ser com seu lugar com base nos estigmas socioespaciais. Tal perspectiva foi analisada no bairro Estação, localizado na cidade de Conceição do Almeida, no Recôncavo baiano. Esse bairro popular é dissimulado a partir do percebido e do concebido enquanto lugar destituído de vida, de tal modo que os sujeitos que ali habitam estão condicionados à ordem colonial-moderna das situações cotidianas. Utilizando uma abordagem dialético-fenomenológica (SERPA, 2019, 2021), que nos permite pensar nas Representações Como Estigmas e nos Estigmas Como Representações, a percepção (MARLEAU-PONTY, 2006) e a representação (LEFEBVRE, 2006) configuram um par dialético, que abundam na experiência vivida como possibilidades outras para pensar o que significa ser estigmatizado. O diálogo se fez, então, a partir da ação do corpo-lugar (BRITO, 2017), uma noção acionada para cartografar e experimentar o estigma na experiência vivida. Aqui, o lugar foi pensado ao mesmo tempo como uma categoria de análise e um modo geográfico de existência (MARANDOLA, JR., 2014b), entrelaçando as narrativas cartográficas para contar uma Geografia dos espaços vividos (SERPA, 2019). Ao longo da pesquisa, ficou evidente que o estigma, enquanto representação, tem repercussões concretas na vida cotidiana dos habitantes do bairro Estação, ao mesmo tempo que as práticas individuais ou coletivas surgem como mecanismos importantes de subversão. Os habitantes do bairro Estação reconfiguram seus lugares numa geograficidade (DARDEL, 2011) que afirma suas identidades em um contexto adverso. Nesse ínterim, chegamos à possibilidade de considerar o estigma a partir do vivido como uma representação outra, que condensa as relações sociais intrínsecas às relações de poder, indicando uma abertura analítica interdisciplinar para a compreensão das relações sociais em um contexto sociocultural, identificando dimensões materiais, psicológicas e sociais para a produção do conhecimento geográfico. |