AS REPRESENTAÇÕES CULTURAIS DO BRASIL NO ENSINO/APRENDIZAGEM DE PORTUGUÊS L2: UM DIÁLOGO COM A ABORDAGEM INTERCULTURAL

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Gusmão, Camila Alves
Orientador(a): Santos, Edleise Mendes Oliveira dos
Banca de defesa: Souza, Iracema Luiza de, Santos, Danúsia Torres dos
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Instituto de Letras
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Língua e Cultura
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/26690
Resumo: Este trabalho apresenta os resultados de uma pesquisa de base qualitativa, de caráter etnográfico, que teve por objetivo investigar as práticas dos docentes de Português Segunda Língua (PL2) e seu trabalho com a língua e cultura brasileiras. A pesquisa foi norteada a partir da seguinte pergunta geral: De que modo o professor de Português Segunda Língua apresenta a língua e a cultura brasileira em sala de aula e que implicações isso tem para o seu ensino? Para tanto, a pesquisa foi estruturada em três momentos: inicialmente, foram realizadas as observações de aulas; em seguida, realizamos a entrevista semiestruturada com os professores e, posteriormente, fizemos a análise dos materiais utilizados pelos docentes em sala de aula. Por fim, relacionamos os dados obtidos através das observações e das entrevistas com os materiais didáticos analisados. A triangulação dos dados revelou que os professores têm dificuldade em definir língua como cultura, trazendo apenas uma afirmação descontextualizada e incoerente. Quanto ao uso dos materiais, percebemos que, apesar de os professores levarem para sala alguns materiais autênticos, o foco não era a língua em uso e sim os aspectos gramaticais, fazendo com que os elementos culturais fossem apenas o pretexto para a realização do trabalho com a gramática. Além disso, constatamos que os professores ainda trabalham com a cultura como um elemento estanque e descontextualizado, refletindo essa postura em sala de aula com um trabalho que pouco explora as diferentes manifestações culturais, empobrecendo os diálogos e as reflexões sobre temas que fazem parte da cultura dos brasileiros e dos alunos estrangeiros. Ainda sobre isso, constatamos também que os docentes, em diversos momentos, reforçavam estereótipos e evitavam promover discussões sobre temas polêmicos, pois preferiam manter uma posição de “neutralidade” ou porque não buscavam criar espaços de reflexão para a minimizar os possíveis embates. Por conta dessas ações, a prática intercultural não foi vista de forma plena, dificultando os diálogos e o aprofundamento de pontos de vista mais críticos e reflexivos sobre processo de ensino/aprendizagem de línguas. Todas as discussões e análises implementadas tiveram como objetivo chamar atenção para essa problemática que faz parte da realidade da maioria dos professores de Português Segunda Língua.