Recomendações gerais para manejo integrado do fogo em unidades de conservação com mata atlântica na Bahia

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Bahia, Nina Couto lattes
Orientador(a): Dodonov, Pavel
Banca de defesa: Dodonov, Pavel, Hipólito, Juliana, Souza, Gabriel Barros Gonçalves de
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal da Bahia
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Ecologia – Mestrado Profissional em Ecologia Aplicada à Gestão Ambiental - MPEAGeA 
Departamento: Instituto de Biologia
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufba.br/handle/ri/38075
Resumo: Muitos ecossistemas ao redor do mundo são afetados por incêndios florestais, que representam uma grande ameaça para a saúde humana e afetam o clima global. A importância e os impactos dos incêndios florestais variam entre os ecossistemas, que podem ser dependentes do fogo, se beneficiando dos incêndios para a manutenção de sua biodiversidade e processos ecológicos, ou sensíveis ao fogo. No Brasil, diferentes biomas respondem de formas distintas à presença do fogo e alguns, como a Floresta Amazônica e a Mata Atlântica, podem ser mais vulneráveis que outros. Por isso, estratégias que podem fazer sentido em biomas dependentes do fogo não são adequadas para biomas sensíveis ao fogo. A Mata Atlântica é um ecossistema sensível ao fogo e assim como a maioria das espécies de florestas tropicais, ela não tolera a queima, a qual pode resultar em perda de biodiversidade e em impactos sobre processos e serviços ecossistêmicos. Por outro lado, o fogo é amplamente reconhecido como uma ferramenta econômica para o manejo da terra, se for bem utilizado. Mesmo assim, durante muito tempo, as políticas de combate e supressão de incêndios florestais impostas pelos governos em muitos países ignoravam as perspectivas e interesses de grupos sociais como povos indígenas e agricultores locais, resultando em conflitos. No entanto, o cenário do manejo do fogo começou a se transformar e esse elemento passou a ser uma estratégia de prevenção ou combate de incêndios catastróficos. Assim, o manejo integrado do fogo ganha destaque por ser uma estratégia de manejo florestal adaptativa, transdisciplinar e que se baseia em reduzir os prejuízos causados pelo fogo e aumentar seus benefícios. Como a quantidade de pesquisas realizadas sobre esse assunto difere entre países, o primeiro capítulo deste trabalho teve como objetivo identificar como a pesquisa sobre o manejo do fogo se compara entre o Brasil e o Canadá. Isso foi feito comparando o número de publicações sobre o manejo do fogo ao longo do tempo, analisando os tipos de estudos e dos principais temas dos estudos e comparando a pesquisa sobre o manejo do fogo entre os diferentes biomas encontrados em nossos países de estudo, através de uma análise bibliométrica. O número de publicações aumentou ao longo do tempo em ambos os países. No Brasil, os temas mais proeminentes foram "política e manejo", enquanto no Canadá, estudos relacionados às mudanças climáticas apareceram com mais frequência. Estudos de diferentes tipos foram bem distribuídos nos biomas do Cerrado e Amazônia. Assim, propomos algumas recomendações para pesquisas futuras sobre o manejo do fogo no Brasil, como dar mais atenção aos biomas que foram sub-representados em nossa revisão, especialmente a Mata Atlântica; estimular tais pesquisas por meio de agências de financiamento, além de iniciativas individuais de pesquisadores; e a pesquisa sobre manejo tradicional do fogo e coprodução com os diferentes interessados envolvidos com esse tema pode fornecer insights importantes sobre as melhores abordagens para o manejo integrado do fogo nos diferentes ecossistemas. No segundo capítulo, nós buscamos fornecer um embasamento teórico e recomendações para manejo do fogo em áreas protegidas com Mata Atlântica, com foco no estado da Bahia. Áreas protegidas são importantes para estratégia de conservação da vegetação e proteção da área, mas apesar de existirem instrumentos legais para embasar sua criação, é preciso de planos e estratégias que envolvam os diferentes agentes socioambientais e a comunidade do entorno. No entanto, no que diz respeito a propriedades privadas, não existe uma estratégia geral de gestão de incêndios. Assim, sugerimos ações embasadas pela literatura científica envolvendo estratégias de prevenção e restauração para serem aplicadas em Unidades de Conservação com Mata Atlântica.