PELO CELULAR E PELAS RUAS DE SALVADOR: participação política de jovens e a relação com as competências infocomunicacionais

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Silva, Daniela de Assis lattes
Orientador(a): Jambeiro, Othon lattes
Banca de defesa: Domingues, Juliano lattes, Borges, Jussara lattes, Brandão, Gleise lattes, Souza, Maria Carmen Jacob de lattes, Jambeiro, Othon lattes
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal da Bahia
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Comunicação e Cultura Contemporâneas ( POSCOM) 
Departamento: Faculdade de Comunicação
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufba.br/handle/ri/36812
Resumo: Há quase uma década, manifestações e protestos ganharam projeção no panorama da política brasileira, apoiados em ambientes e mídias digitais. Pelas fibras óticas e pelas avenidas, a população, sobretudo os jovens, passou a se engajar cada vez mais no debate público, insinuando uma expansão da democracia. No entanto, o cenário que foi descortinando-se logo se deparou com um movimento antipolítico crescente, pautado por discursos autoritários, instigando pesquisadores do campo da Comunicação ao exercício de entender, ainda mais, o papel dos meios digitais nesse processo. A partir de uma atenção para os conhecimentos, habilidades e atitudes que emergem na era digital, nesta tese, elegemos investigar se há relação entre as competências infocomunicacionais e a participação política dos jovens de Salvador, com idades entre 18 e 29 anos, que se interessam por política. Buscamos compreender como essas juventudes usam as tecnologias digitais, com qual frequência, para quê, entre outras questões. Com relação à política, a presente pesquisa está focada no uso dessas tecnologias como meios de acesso à informação e ao diálogo sobre o tema, na intenção de observar como os jovens atuam politicamente e de que maneira, para citar alguns aspectos. Além disso, indagamos sobre a percepção dos jovens acerca das próprias competências infocomunicacionais: como lidam com as informações que acessam, produzem e disseminam na rede; como dialogam nos ambientes digitais, como avaliam as fake news etc. Um total de 42 questões foi enviado para jovens da capital baiana via websurvey, após validação do Comitê de Ética em Pesquisa. Além das respostas de 280 participantes moradores de diferentes bairros de Salvador (112 bairros ao todo, o que corresponde a 65,8% dos 170), realizamos, como etapa qualitativa, entrevistas semiestruturadas com 10 jovens, tendo como objetivo geral da nossa pesquisa investigar a relação entre competências infocomunicacionais e participação política (on-line e off-line) de jovens de Salvador que se interessam por política. Adotamos como objetivos específicos: 1. Verificar a percepção dos jovens em relação às competências infocomunicacionais; 2. Comparar padrões de participação política (on-line e off-line). A análise dos dados e informações coletadas envolveu técnicas estatísticas (descritivas, fatoriais e correlacionais), além de análise de conteúdo, interpretação e inferências. Como resultado, em relação ao primeiro objetivo específico, constatamos que a maioria dos entrevistados se sente mais apta diante das competências em informação do que quanto às competências em comunicação. Os jovens produzem pouco conteúdo autoral e ‘navegam’, principalmente, pelo celular, para citar alguns achados. Em relação ao segundo objetivo específico, identificamos que a maioria dos participantes tem alto nível de interesse e sentimento de eficácia política; a internet é fonte de informação e tem destaque como agente socializador, enquanto a família, por exemplo, tem menos espaço nesse sentido. Observamos também que os jovens preferem se manter distantes das instituições políticas tradicionais, optando por atuar via formas não institucionalizadas e on-line. Para alcançarmos o objetivo geral da tese, usamos ainda o modelo de regressão linear e encontramos uma associação positiva e estatisticamente significativa entre as competências infocomunicacionais e a participação política (2018 e 2020) dos entrevistados. Concluímos que as competências para se informar e se comunicar com fins políticos podem ser desenvolvidas e potencializadas, mas precisam de um contínuo fortalecimento da criticidade e do compromisso com a democracia.