Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2017 |
Autor(a) principal: |
Pidner, Flora Sousa |
Orientador(a): |
Silva, Maria Auxiliadora da |
Banca de defesa: |
Silva, Maria Auxiliadora da,
Serpa, Angelo Szaniecki Perret,
Souza, Maria Adélia Aparecida de,
Santos, José Antonio Saja Ramos Neves dos,
Sousa, André Nunes de |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal da Bahia, Instituto de Geografia, Departamento de Geografia
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de pós-graduação em Geografia
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/22577
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Resumo: |
As fotografias são um caminho para interpretar a paisagem, já que a sociedade, também por meio das imagens, representa-se e imagina-se. A fotografia é concebida, nesta pesquisa, como representação do espaço, ou seja, como um caminho cartográfico, sendo, simultaneamente, arte e documento. As composições de paisagens fotográficas de Sebastião Salgado foram escolhidas para nortear o diálogo entre Geografia e Arte e, para tanto, convocaram-se a dialética e a fenomenologia como métodos, combinando-as, quando possível, e separando-as, quando necessário. Os sujeitos envolvidos nos eventos geográficos que resultam em fotografias e em suas interpretações — o fotógrafo, os fotografados e os espectadores-leitores — elaboram diferentes perspectivas espaciais que se encontram, configurando intersubjetividades. O acesso às abordagens acerca desses diversos sujeitos realizou-se a partir de três frentes: pesquisa e exploração do vasto material publicado a respeito de Salgado, como entrevistas, artigos e filmes, no qual se revelam suas intencionalidades técnicas e as luminosidades estéticas que ele propõe como fotógrafo; entrevistas com integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra do Brasil (MST), para compreender suas perspectivas enquanto fotografados por Salgado e a construção coletiva do projeto Terra; e debates com espectadores-leitores por meio de grupos focais, em que sujeitos entrevistados exploraram as narrativas geofotográficas selecionadas para esta pesquisa, explicitando sentimentos e percepções geoestéticas e propondo horizontes interpretativos para as imagens. A categoria paisagem foi o fio condutor para reflexões geográficas referentes às imagens produzidas por Salgado como representações do espaço. A expedição geográfica foi um instrumento utilizado por ele para a elaboração de narrativas espaciais por meio de fotografias e, por isso, Salgado pode ser considerado um fotógrafo-viajante que amplia horizontes interpretativos sobre o mundo e propõe representações em escala global. O fotógrafo volta seu olhar para os homens lentos e suas experiências espaciais vivenciadas em diferentes lugares do mundo e em diferentes situações. Três de seus projetos geofotográficos, por sua grande envergadura espacial e temporal, foram escolhidos para compor a pesquisa: em Trabalhadores, há uma cartografia global da superexploração, em que os limites do uso do corpo em situação de trabalho são revelados; Êxodos expressa fluxos espaciais de homens lentos, impulsionados pelos movimentos do capital, pelas repressões e pelas guerras que esse modo de produção provoca; em Gênesis, há cartografias globais de paisagens que, por algum motivo geográfico-histórico, ainda estão pouco transformadas pela modernização hegemônica. As fotografias dos projetos de Salgado são organizadas em narrativas espaciais multiescalares, em que o fotógrafo intercala escalas de detalhe, próximas aos corpos dos sujeitos fotografados, entre escalas mais contextuais, mais amplas, multiplicando pontos de vista sobre paisagens. Nesse emaranhado de debates e de reflexões, pretendeu-se contribuir para o diálogo entre Geografia e Arte, em busca de sobreposições de expressões, de saberes e de conhecimentos, por meio de possibilidades teórico-empíricas impulsionadas pelas imagens de Salgado. |