Alterações posturais em idosos com doença de Parkinson em estágio leve a moderado: frequência e fatores correlacionados

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Nazaré, Marcelo de Araújo lattes
Orientador(a): Ferraz, Daniel Dominguez lattes
Banca de defesa: Ribeiro, Nildo Manoel da Silva lattes, Freitas, Juliana Viana lattes, Ferraz, Daniel Dominguez lattes, Trippo, Karen Valadares lattes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal da Bahia
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós Graduação em Ciências da Reabilitação (PPGREAB)
Departamento: Instituto Multidisciplinar de Reabilitação e Saúde (IMRS)
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufba.br/handle/ri/39984
Resumo: Introdução: A Doença de Parkinson (DP) é a segunda doença neurodegenerativa mais comum no mundo, com uma prevalência global de mais de 6 milhões de indivíduos. Sintomas axiais, incluindo comprometimento da marcha, instabilidade postural e alterações posturais, são distúrbios comuns na DP avançada. Entre as alterações posturais mais presentes, destacam-se a camptocormia e a antecollis. Essas alterações posturais já são temas de estudos que mostram relação com repercussões funcionais importantes, contudo as alterações em estágios incipientes ainda são pouco estudadas, embora já pudessem impactar funcionalmente o indivíduo com DP. Essa informação pode ser importante para a prática clínica, pois ajudaria a nortear o tratamento reabilitador, uma vez que possibilitaria uma intervenção mais precoce sobre as repercussões funcionais das alterações posturais presentes no indivíduo com DP. Objetivo: Verificar a relação entre as alterações posturais associadas à DP com a funcionalidade, equilíbrio postural, capacidade de marcha e qualidade de vida. Métodos: Foram incluídos neste estudo transversal, idosos de um ambulatório público especializado, com diagnóstico de DP idiopática, de grau leve a moderado na classificação de Hoehn e Yahr modificada (HY). Os participantes foram submetidos a uma avaliação postural com medida dos ângulos de flexão de tronco superior (camptocormia superior - CS), flexão de tronco total (camptocormia total - CT) e de flexão cervical anterior (antecollis - AC). Também foram realizadas avaliações do nível de funcionalidade, através da Escala de Avaliação de Incapacidade da Organização Mundial da Saúde (WHODAS 2.0); equilíbrio postural, através da Balance Evaluation Systems Test (BESTest); capacidade de marcha pelo teste de caminhada de 6 minutos (TC6M); qualidade de vida pelo Questionário da Doença de Parkinson (PDQ-39); progressão da doença pela Escala Unificada de Avaliação da Doença de Parkinson (UPDRS); e função executiva pela Bateria de Avaliação Funcional (BAF). Resultados: Houve correlação positiva entre os ângulos de flexão cervical e de flexão total de tronco. Os indivíduos com mais de 12o de flexão total de tronco, mesmo sem critério formal para o diagnóstico de CT, apresentaram de forma significante um pior desempenho no TC6M (p=0,007), na BESTest (p=0,002) e no PDQ-39 (p=0,006), principalmente nos domínios relacionados à mobilidade (p<0,001) e postura (p<0,001). Conclusão: Os achados deste estudo mostraram que os indivíduos com DP e com AC apresentaram relação direta com paciente com maiores graus de flexão anterior de tronco, e esta, mesmo em estágios iniciais, representou uma correlação significativa com a mobilidade e equilíbrio, com impacto na qualidade de vida. Outros dados encontrados se referem ao fato de que os participantes com maiores graus de camptocormia total também apresentaram comprometimento maior no desempenho funcional, uma vez que apresentaram déficits no equilíbrio postural e na marcha.