Documentação pedagógica no cotidiano da Educação Infantil.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Cunha, Gilmária Ribeiro da
Orientador(a): Arapiraca, Mary de Andrade
Banca de defesa: Muniz, Dinéa Maria Sobral, Beltrão, Lícia Maria Freire, Conceição, Ana Paula Silva da, Arapiraca, Mary de Andrade
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Faculdade de Educação
Programa de Pós-Graduação: em Educação
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/30022
Resumo: São inegáveis os avanços que a Educação Infantil tem alcançado nas últimas décadas, especialmente visível nas concepções e orientações presentes nos documentos norteadores das políticas para essa etapa da Educação Básica. Dentre esses avanços, destaca-se o reconhecimento da criança como um sujeito social de direitos, que deve ser protagonista de seu desenvolvimento, em interlocução com seus pares, com os adultos e com o ambiente. A instituição educativa é, nesse contexto, palco central para que a criança possa protagonizar seus processos de aprendizagem. Nessa direção, a pesquisa ora textualizada nesta dissertação investigou a relação entre documentação pedagógica, escuta das crianças e práxis pedagógica na Educação Infantil, a partir da questão: quais as relações entre registros docentes, vozes das crianças e práxis pedagógica? Ela se encaminhou guiada pelo objetivo geral de contribuir para disseminar, reflexivamente, práticas de Educação Infantil influenciadas pelas vozes das crianças, e pelos intentos específicos de relacionar os processos formativos e a escuta como elemento estruturador de práticas docentes e de identificar procedimentos educacionais que promovem uma interlocução entre a documentação pedagógica, a escuta das crianças e a prática docente. Constituíram-se como participantes ativas da investigação uma gestora, uma coordenadora pedagógica e uma professora de um Centro Municipal de Educação Infantil localizado em Salvador (BA). O fazimento metodológico foi de natureza predominantemente qualitativa, referendado na etnopesquisa crítica, com a perspectiva de, mediante uma relação dialógica, compreender e atribuir sentidos à realidade pesquisada. Com base em análise documental, entrevistas semiestruturadas, observações e registros em diário de campo, foram produzidas informações que constituíram duas categorias de análise: formação e prática pedagógica. Os aportes teóricos subsidiários do texto dissertativo foram: os conceitos bakhtinianos de linguagem, dialogismo, exotopia e alteridade, inspirados em Bakhtin (2003; 2006; 2010) e intérpretes Fiorin (2008), Brait (2005), Faraco (2003); os conceitos de infância, criança, participação, documentação pedagógica e profissionalidade docente, respaldados especialmente em Malaguzzi (1999), Rinaldi (1999, 2012), Oliveira-Formosinho (2007, 2008), Sarmento (2004, 2007, 2016), Barbosa (2006), Hoffman (1993, 2003), Imbernón (2011) e Nóvoa (2009). Os achados da pesquisa reforçaram dois pressupostos: o primeiro é o de que os registros pedagógicos produzidos reflexivamente constituem condições fundamentais para efetivar a dialogia entre práxis pedagógica e escuta da criança; e o segundo é o de que, como na máxima aristotélica, já consumada como popular, “uma andorinha só não faz verão”, as participantes revelaram a importância de sua formação colaborativa para a efetivação prática de registros em dialogia com as vozes das crianças.