Mulheres negras encarceradas: autoetnografia e o Estado da arte na produção acadêmica do serviço Social

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Santos, Elaine Amazonas Alves lattes
Orientador(a): Brito, Ângela Ernestina Cardoso de lattes
Banca de defesa: Almeida, Magali da Silva lattes, Euclides, Maria Simone lattes, Brito, Angela Ernestina Cardoso de lattes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal Da Bahia
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Serviço Social
Departamento: Instituto de Psicologia
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufba.br/handle/ri/40518
Resumo: O presente trabalho tem como objetivo analisar a presença das categorias raça e gênero nas produções acadêmicas do Serviço Social brasileiro concernentes ao sistema carcerário, publicadas em periódicos da área disponíveis online entre os anos de 2000 e 2019, dissertações e teses disponíveis na plataforma Sucupira/ CAPES entre 2014 e 2019 e elaborar um estudo autoetnográfico colaborativo com uma mulher jovem negra a partir da sua experiência com o sistema carcerario. Nos últimos 20 anos o número de mulheres negras encarceradas aumentou exponencialmente em todo o território brasileiro, contudo percebe-se a pouca produção do Serviço Social frente a essa expressão da questão social e seus determinantes conforme foi evidenciado durante a pesquisa. Para a realização da pesquisa utilizamos o método da triangulação por permitir a aplicação de multimétodos, oferecendo deste modo, maior possibilidade para a compreensão de um recorte da realidade complexa em estudo. Trata-se de um estudo bibliográfico e autoenográfico colaborativo de abordagem qualitativa, caráter exploratório e compreensivo. Desta forma o primeiro capítulo é apresenta, a partir da revisão bibliográfica, elementos que contribuem para compreender o processo de luta e (re) existência das mulheres negras durante o período escravagista e no pós abolição, incluindo sua participação decisiva nas insurgências pelo fim da escravatura. O segundo capítulo apresenta o estado da arte das produções acadêmicas do Serviço Social entre 2000 e 2019, dando visibilidade a ausência das categorias raça e gênero nas análises realizadas pelo Serviço Social sobre o sistema prisional e o terceiro capítulo apresenta um estudo autoetnografico colaborativo com uma mulher negra jovem que passou pelo sistema prisional. Como resultados identificamos as consequências da invisibilidade da questão racial desde a formação profissional dos/as assistentes sociais. A incipiente produção cientifica do Serviço Social sobre o sistema prisional e a escassa abordagem das categorias raça e gênero nos trabalhos de pesquisa referentes ao sistema prisional nos últimos vinte anos. A autoetnografia colaborativa com uma mulher negra jovem que vivenciou a experiência do sistema prisional revelou a continuidade dos processos de luta e (re) existência como reflexo socio-histórico de uma sociedade capitalista, racista, patriarcal, cisheteronormativo