Aspectos clínicos e prognósticos de pacientes com diagnóstico de doença do espectro da neuromielite óptica

• Ano de defesa: 2024
• Autor(a) principal: Fukuda, Thiago Gonçalves
• Orientador(a): Oliveira Filho, Jamary
• Banca de defesa: Oliveira Filho, Jamary , Jesus, Pedro Antônio Pereira de , Sousa, Rafael Miranda , Cardoso, Eduardo Souza , Pereira, Samira Luísa Apóstolos
• Tipo de documento: Tese
• Tipo de acesso: Acesso aberto
• Idioma: por
• Instituição de defesa: Universidade Federal da Bahia
• Programa de Pós-Graduação: Pós-Graduação em Ciências da Saúde (POS_CIENCIAS_SAUDE)
• Departamento: Faculdade de Medicina da Bahia
• País: Brasil
• Palavras-chave em Português: Transtornos do espectro da neuromielite óptica; Neuromielite Óptica; Aquaporina 4; Fatores prognósticos; Prognóstico; Brasil, Nordeste
• Área do conhecimento CNPq: CNPQ::CIENCIAS DA SAUDE::MEDICINA::CLINICA MEDICA::NEUROLOGIA
• Link de acesso: https://repositorio.ufba.br/handle/ri/40790

Introdução: A doença do espectro da neuromielite óptica (DENMO) é uma doença inflamatória e desmielinizante rara do sistema nervoso central (SNC), mais frequente em mulheres e afrodescendentes. Nenhum estudo epidemiológico ou prognóstico prévio foi realizado na região do estado da Bahia, Nordeste brasileiro. Objetivo: Identificar características demográficas e fatores associados a maior progressão da doença em pacientes com DENMO no Estado da Bahia. Material e Métodos: Foi realizado um estudo retrospectivo unicêntrico com pacientes consecutivos diagnosticados com DENMO. Foram descritas as características clínicas e epidemiológicas. O grau de incapacidade foi expresso pela Escala Expandida de Status de Incapacidade (EDSS). O desfecho principal do estudo foi o índice de progressão, definido pela razão entre o EDSS e a duração da doença em meses. Os preditores de progressão da doença foram identificados por meio de regressão binomial negativa ajustada para a duração da doença. Resultados: Noventa e um pacientes foram incluídos, sendo 72 (79,1%) do sexo feminino e 67 (73,6%) afrodescendentes. A média da idade de início foi de 36 (± 14) anos e 73,3% eram positivos para o anticorpo anti-aquaporina-4. Mielite transversal isolada (32,9%) e neurite óptica isolada (22,4%) foram as síndromes clínicas iniciais mais frequentes. Após análise multivariada, neurite óptica (RR = 0,49; IC 95%=0,29 – 0,84; p = 0,009) e dislipidemia (RR = 0,50; IC 95%=0,26 – 0,96; p= 0,038) foram associadas à progressão mais lenta da doença. O envolvimento da área postrema (RR = 6,59; IC 95% = 3,56 – 12,21; p < 0,001) e a idade de início (RR = 1,01; IC 95% = 1,00 – 1,03; p = 0,047) foram associados a uma progressão mais rápida da doença. Conclusões: No primeiro estudo clínico e prognóstico no nordeste do Brasil, identificamos o acometimento da área postrema e a idade mais avançada de início como fatores associados à progressão da doença; e a neurite óptica como síndrome inicial e a dislipidemia como os principais fatores protetores.