A relação entre Conservadorismo Contábil e Pay-Performance Sensitivity: evidências do mercado brasileiro.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Gomes, Paula Florência Almeida de Amorim
Orientador(a): Santos, Luís Paulo Guimarães dos
Banca de defesa: Carvalho Júnior, Cesar Valentim de Oliveira, Pimentel, Renê Coppe
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Faculdade de Ciências Contábeis
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Ciências Contábeis
Mestrado Acadêmico em Contabilidade
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/25809
Resumo: Um conjunto de estudos recentes aponta a relevância do conservadorismo contábil na formulação de contratos de incentivo aos executivos. As evidências de fortes correlações entre conservadorismo contábil e os indicadores de pay-performance sensitivity corroboram com a ideia de que o conservadorismo contábil é demandado pelas empresas como um meio de lidar com problemas de conflitos de agência, tais como como a miopia gerencial e o gerenciamento de resultados. Neste sentido, o presente estudo investiga a correlação entre o conservadorismo contábil condicional e a pay-performance sensitivity nas empresas que vinculam formalmente a remuneração variável de seus executivos ao desempenho contábil. A amostra contém 474 observações referentes a 131 empresas listadas na BMF&Bovespa, no período de 2011 a 2016. Para atingir o objetivo proposto, foi empregada uma regressão com dados em painel por meio de um modelo empírico que captura a relação entre o conservadorismo contábil e a pay-performance sensitivity. As variáveis do estudo foram extraídas dos dados da remuneração de executivos e das demonstrações contábeis destas empresas que são divulgados no Formulário de Referência e no Economática®, respectivamente. Os resultados da pesquisa indicam que as empresas brasileiras que fornecem incentivos de curto prazo aos seus executivos não apresentam relação entre o conservadorismo contábil condicional e a pay-performance sensitivity. Complementarmente, foram realizados testes adicionais empregando-se outras medidas de desempenho contábil no modelo de regressão, uma análise da pay-performance sensitivity por meio do modelo de Jensen e Murphy (1990) e uma análise do conservadorismo condicional da amostra, através do modelo de Basu (1997). Os resultados são robustos para diferentes indicadores de desempenho contábil, como retorno sobre os ativos – ROA e retorno sobre o patrimônio líquido - ROE, mesmo submetendo-os a diversas variáveis de controle. Com a análise da pay-performance sensitivity das empresas pode-se verificar que a remuneração dos executivos não apresentou sensibilidade tanto em relação às medidas de desempenho contábil, quanto ao retorno das ações. Os resultados mostram que quanto maiores os índices de MTB (market-to-book) maior é a remuneração dos executivos. No entanto, a remuneração mostrou uma relação inversa com a alavancagem financeira e governança corporativa. Também não foi detectado nível de conservadorismo contábil que indique sua presença nas demonstrações contábeis da amostra, o que sustenta os resultados encontrados para a hipótese do estudo. Portanto, pode-se perceber que mesmo com o uso generalizado de pagamento de bônus e participações e das evidências de gerenciamento de resultados, as empresas brasileiras não apresentam o conservadorismo contábil como mecanismo de monitoramento de seus contratos de incentivo, expondo-as aos riscos de oportunismo gerencial, contabilidade agressiva, e redução da qualidade da informação dos relatórios financeiros. Diante deste ambiente institucional, estas evidências podem indicar um alerta para os órgãos reguladores de normas contábeis e para as empresas do mercado brasileiro com relação à necessidade de se implantar mecanismos de eficiência contratual, como o conservadorismo contábil, no desenho de contratos de incentivo mais eficientes e equilibrados.