Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2018 |
Autor(a) principal: |
Batista, Marize Damiana Moura Batista e |
Orientador(a): |
Germani, Guiomar Inez |
Banca de defesa: |
Oliveira, Gilca Garcia de,
Lima, Silvana Lúcia da Silva,
Alencar, Cristina Maria Macedo de,
Buti, Rafael Palermo |
Tipo de documento: |
Tese
|
Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Instituto de Geociências
|
Programa de Pós-Graduação: |
em Geografia
|
Departamento: |
Não Informado pela instituição
|
País: |
brasil
|
Palavras-chave em Português: |
|
Área do conhecimento CNPq: |
|
Link de acesso: |
http://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/31764
|
Resumo: |
Esta Tese estudou a migração de jovens do campo do município de Irará (BA), para centros urbanos do Brasil, enquanto processo que se desenvolve no movimento contraditório da questão agrária, implicando nas estratégias de reprodução do espaço rural. Portanto, a migração é atributo da questão agrária que expressa as conflitualidades na trama das relações sociais no espaço rural do município, as quais atuam no sentido de enfraquecer as possibilidades de acesso à propriedade da terra para o trabalho familiar e a reprodução social dos jovens no campo. Desse modo, ela se manifesta como estratégia de reprodução social do/a jovem migrante do campo na cidade, permitindo também a reprodução de parcela da família que permanece no campo. Sendo assim, o objetivo geral da Tese foi analisar na produção do espaço rural do município de Irará, as relações sociais e políticas que se expressam na questão agrária e seus rebatimentos para os/as jovens do/no campo, os quais têm acionado a migração como estratégia de reprodução social. Assim, a pergunta central questiona as condições de reprodução social da juventude camponesa, no enfrentamento à questão agrária e na identificação do processo migratório enquanto uma expressão concreta das conflitualidades inerentes à produção do espaço rural do município de Irará. Neste sentido, se considerou a migração de jovens oriundos de famílias de pequenos agricultores de quatro comunidades rurais do município de Irará, para as cidades de São José e Florianópolis, no estado de Santa Catarina, enquanto processo pressionado pela problemática agrária, atuando diretamente sobre a realidade em que vivem essas famílias, produzindo relações mediadas por exploração e resistência. Para entender a realidade da migração dos jovens do campo, mediada pelos processos de trabalho e socialização na organização e produção do espaço rural, se recorreu aos pressupostos teórico-metodológicos do materialismo histórico-dialético. Com este aporte, buscou-se compreender a juventude do campo, na produção do espaço, nas conflitualidades da problemática agrária brasileira e no contexto dos desdobramentos da questão agrária, nas relações socioespaciais no espaço rural do município de Irará. Na continuidade, foi feito o levantamento de dados empíricos, sua sistematização e análise, que tratou das condições em que se encontram submetidos os jovens do/no campo, no município de Irará, explicitando no processo migratório desses jovens para a cidade, as múltiplas faces da questão agrária. Como conclusão, comprovou-se que a migração é processo socioespacial que revela as conflitualidades da questão agrária e desnuda a complexa realidade dos/as jovens do campo, na relação campo e cidade. Entretanto, na prática concreta dos distintos sujeitos que mediam a produção do espaço rural, no município de Irará, embora a migração se fizesse presente e validada em suas experiências comuns, a questão agrária e os problemas a ela referidos não aparecem explicitados e não fazem parte do seu rol de preocupações. |