Devir-criança e infantilização pela Rua Sete em Vitória (ES): narrativas para a ilha rever

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Ferraz, Camila Benezath Rodrigues lattes
Orientador(a): Costa, Francisco de Assis da lattes
Banca de defesa: Costa, Francisco de Assis da lattes, Jacques, Paola Berenstein lattes, Magnavita, Pasqualino Romano lattes, Miranda, Clara Luiza lattes, Mendonça, Eneida Maria Souza lattes
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal da Bahia
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo (PPGAU) 
Departamento: Faculdade de Arquitetura
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufba.br/handle/ri/38097
Resumo: Este trabalho tem como objetivo a construção de narrativas da Rua Sete de Setembro, no Centro de Vitória (ES), em ruptura com os estratos dominantes que versam sobre o esvaziamento do bairro. Para tanto, aproximamos os conceitos de infantilização e devir- criança do campo da arquitetura e urbanismo. Consideramos infantilização uma estratégia da máquina de produção da subjetividade capitalística, que retira do indivíduo a autonomia para pensar e organizar a vida. O conceito de devir-criança, por sua vez, remete a linhas de fuga, a processos de desterritorialização, foco de uma micropolítica que atua na experiência cotidiana e se conecta com as capacidades de percepção e afeto que a criança possui antes de ser modelizada pelos equipamentos produtivos. Acessar o devir-criança, portanto, é entrar no campo da experimentação, subverter a lógica adultocêntrica e abandonar a máscara que impõe limites, que domestica e desencoraja. Assumimos no trabalho uma postura metodológica incorporada de devir-criança na maneira de pesquisar, manipular e escrever com os afetos sentidos pelo corpo vibrátil do cartógrafo-pesquisador em busca de outros devires-criança na cidade. Tais afetos, encontros aparentemente aleatórios, deram-se por meio da pesquisa em campo e em acervos documentais. Com eles, criamos um banco de dados composto por documentos heterogêneos em suas espécies e datações – fotografias, recortes de jornais, correspondências e publicações oficiais, mapas, projetos arquitetônicos, entrevistas e anotações em diários de bordo. Os documentos foram tomados como fragmentos, com os quais brincamos em capítulos-blocos de fotografias-desenhos-contos-discussões. A escolha temática de cada capítulo-bloco foi guiada pela tensão entre tentativas de infantilização e de acionamentos de devires-criança da e na cidade, relacionada ao uso do espaço público por crianças, blocos de carnaval de rua e bares com suas mesas nas calçadas. Na Rua Sete e adjacências, essa tensão se faz viva desde o final do século XIX, ao menos. O trabalho evidencia, portanto, as inúmeras possibilidades de combinações de documentos e indica a potência do devir-criança para pensar, narrar e escrever a ilha de Vitória por outros ângulos e olhares.