Os limites da linguagem e o trabalho da filosofia no tractatus Wiittgenstein

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2014
Autor(a) principal: Nossa, Eline Salume Xavier lattes
Orientador(a): Silva , João Carlos Salles Pires da lattes
Banca de defesa: Silva, João Carlos Salles Pires da lattes, Azize, Rafael Lopes lattes, Hillesheim, Valério lattes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal da Bahia
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Filosofia (PPGF) 
Departamento: Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas (FFCH)
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufba.br/handle/ri/40843
Resumo: Recebido com entusiasmo pelo Círculo de Viena, o Tractatus Logico-Philosophicus de Ludwig Wittgenstein inspiraria toda a uma geração de filósofos e cientistas que passariam a adotá-lo enquanto obra de referência para a Virada linguística. O vigor desta recepção, registrado sobretudo no manifesto A concepção científica do mundo: o Círculo de Viena, estimularia uma interpretação do Tractatus como alicerce teórico para a construção de uma forte crítica aos propósitos da metafísica, também para a consolidação dos fundamentos da verificabilidade. Embora tenha se sagrado exitosa em estabelecer um cenário diversificado de investigação sobre lógica e significação, tendo como uma de suas bases mais fundamentais a análise lógica do sentido proposicional proposta pelo Tractatus, esta tradição de leitura por vezes teria sido alvo de duras críticas da parte Wittgenstein. Reagindo contra a interpretação verificacionista dos fundamentos de sua filosofia; e insatisfeito com a idéia de que fosse considerado um filósofo que partilharia dos interesses que motivariam o positivismo lógico, Wittgenstein adotaria uma postura de reclusão e de pouca predisposição ao diálogo com os membros do Círculo de Viena. Para Wittgenstein, o positivismo lógico deixaria de dar valor àquilo que ele próprio julgaria como o propósito fundamental da filosofia, algo que não somente daria sentido ao Tractatus como seria, afinal, o sentido da vida. Nesta perspectiva, as considerações sobre a ética e o místico do Tractatus, longe de nada contribuírem para a correta compreensão da filosofia tractatiana – como acreditariam alguns adeptos do positivismo lógico –, assumir-se-iam as bases que sustentariam a dimensão mais importante da filosofia de Wittgenstein; dimensão que recobriria não só o Tractatus, mas também a sua contraparte não escrita e fundamentalmente a mais importante – como teria dito em carta a von Ficker. Com efeito, esta nossa dissertação pretende analisar a tensão estabelecida entre a interpretação verificacionista do Tractatus e as reais pretensões filosóficas de Wittgenstein, como tentativa de, por um lado, estabelecer um quadro de aproximações e distanciamentos teóricos entre estas duas posições; por outro, flagrar as possíveis razões da insastifação de Wittgenstein frente aos rumos assumidos pelo verificacionismo. Nessa medida, acreditamos que, ao fim deste nosso trabalho, poderemos indicar algumas destas razões ao tempo que, para tanto, também estabeleceremos a própria perspectiva de Wittgenstein sobre a sua filosofia.