O desencanto da história em A insustentável leveza do ser (1984) - sobre literatura e sociedade

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Faria, Fernanda Carvalho Silva
Orientador(a): Câmara, Antônio da Silva
Banca de defesa: Santos, Igor Gomes, Silva, Jair Batista da
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais
Departamento: Não Informado pela instituição
País: brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/30643
Resumo: Este trabalho investiga o universo ficcional criado por Milan Kundera no romance A insustentável leveza do ser (1984), considerando as múltiplas relações que se estabelecem entre literatura e sociedade. No plano artístico-literário, a obra figura como uma solução estética às contradições do mundo do pós-guerra, sobretudo no que tange à crise da experiência soviética e os aspectos ideológicos a esta referidos. O modo peculiar do escritor de transpor para o conteúdo e a forma do romance as dissonâncias presentes na sociedade moderna, permite por sua vez, uma observação a respeito das formas de ver e sentir o mundo em um período histórico determinado. Assim, a solução forjada pelo autor designa ao mesmo tempo uma perspectiva de romance e uma atitude em relação ao mundo. A narrativa recolhe do desencanto da história a sua própria forma de configuração, de maneira que os personagens deste romance estão encerrados dentro da própria perspectiva desencantada do narrador-autor, onde, e este é um dado fundamental, a história não é mais capaz de fornecer aos indivíduos um horizonte para suas ações. Kundera não narra um mundo apocalíptico ou distópico, mas um mundo em que a utopia nunca é uma realidade possível ou se tornou obsoleta, quiçá, digna de riso.