Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2014 |
Autor(a) principal: |
Rocha-Ramos, Marcílio |
Orientador(a): |
Oliveira, Eduardo David de |
Banca de defesa: |
Macedo, Roberto Sidnei Alves,
Romancini, Richard,
Galeffi, Dante Augusto,
Alves, Lynn Rosalina Gama |
Tipo de documento: |
Tese
|
Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Faculdade de Educação
|
Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Doutorado Multi-institucional e Multidisciplinar em Difusão do Conhecimento.
|
Departamento: |
Não Informado pela instituição
|
País: |
brasil
|
Palavras-chave em Português: |
|
Área do conhecimento CNPq: |
|
Link de acesso: |
http://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/17750
|
Resumo: |
Nas ambiências das redes, a blogosfera dos Sujos produz agenciamentos coletivos, compartilhando conteúdos, realizando processos de subjetivações em ecossistemas comunicativos que se traduzem mesmo como uma fazer em contracorrente ao poder mainstream (“Casa-Grande”, “PIG”). Este fazer está no âmbito de processos autopoiéticos educomunicativos como um ensaio geral de novas formas de comunicação, ativismo, participação e empoderamentos coletivos. O contexto deste praticismo rizomático, acentrado dos Sujos ocorre como fluxo de um intelecto geral que enuncia redes de guerrilhas técnicas políticas como uma força das labutas em comandos de máquinas colaborativas. A pesquisa indaga sobre a força-vocação dos Blogueiros Sujos e suas dimensões críticas com o objetivo de compreender suas subjetividades e situar a educomunicação nos seus processos comunicativos para construir projeções para novos ativismos. Numa poética educomunicativa, diria que é o trabalho como a execução virtuosa de uma partitura, uma obra sem autor, uma criatura sem um criador. O contexto da sua emergência é proveniente de uma produção hightech, na qual a atividade social mesma se apresenta como o produtor, numa dimensão coletiva da atividade intelectual, a cooperação social. As teorias sobre as multiplicidades do poder - trabalho imaterial, agenciamentos, biopolítica – constituem uma rede para construção do ponto de vista das guerrilhas e dos seus devires. Na esfera das redes, o general intellect produz as formas e estruturas das guerrilhas da revolução 2.0 – uma tecnopolítica como potência da multidão conectada, dando forma a novos territórios de direitos, ação, resistência e processos de diferenciação. O “objeto” é de fato um objectil, posto que não está delimitado em torno de uma temática específica – mas de coisas que pulsam e fluem: as ações em redes dos Blogueiros Sujos, suas conexões, pautas, corpos sem órgãos. Para cartografar tais movimentos, o pesquisador atuou-sendo um insider das redes dos Sujos, vivendo e compartilhando desejos nas trilhas escarpadas dos seus sítios online produzindo e realizando também ecossistemas comunicativos como dispositivo de pesquisa e subjetivação. A pesquisa renúncia à captura compulsiva de um objeto completo simbólico de todos os despotismos e aciona o princípio de entradas múltiplas pelas multiplicidades reais configuradas nos posts-desejos dos Sujos. A construção da análise ocorre a partir dos agenciamentos em emergência nos casos. Esta transcorre pela desmontagem como procedimento narrativo: a) Narrar o ‘caso’ se dá imprimindo um movimento no ‘caso individual’, levando-o ao plano de constituição e não a outros casos igualmente individuais; b) O caso individual é índice de situações que, problematizadas, mostram-se como ethos político; c) O caso institui-se como agenciamento coletivo de enunciação. O discurso transcorre como as redes mesmas: cada capítulo faz seu próprio rizoma com múltiplas entradas e saídas. Estes trânsitos se configuram na pesquisa produzindo um perspectivismo sobre as contracorrentes dos Sujos a partir das quais se afirma que: i) os combates da blogosfera surrupiam valor da mídia mainstream (e das suas representações institucionais); ii) as exposições às claras e pelejas no escuro não traduzem (como imaginava) uma disputa entre David x Golias, uma vez que as minorias em redes não são mais como eram tais em guetos territorializados; iii) a blogosfera (leia-se redes de redes) avança sobre os propagados valores das mídias tradicionais (objetividade, imparcialidade e neutralidade) e também sobre sua linguagem troante, retroativa, modernosa, egocêntrica, discursiva, corroendo a aura do seu culto e fragmentando-o no mesmo moinho das representações “éticas”. Estes efeitos produzem o devir de uma novalinguagem à Leminski, processos em multiplicidade de autorias coletivas e uma revolução da comunização, qual seja, do comum que viraliza como desejo insurrecto. Palavras-chave. Guerrilhas educomunicativas. Blogueiros Sujos. Autorias coletivas. |