Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2015 |
Autor(a) principal: |
Stopilha, Ana Licia de Santana |
Orientador(a): |
Menezes, Ana Maria Ferreira |
Banca de defesa: |
Silva, Roberto Marinho Alves da,
Veloso, Tatiana Ribeiro,
Sousa, Leliana Santos |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Faculdade de Educação
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Doutorado Multi-institucional e Multidisciplinar em Difusão do Conhecimento
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
http://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/22557
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Resumo: |
Este estudo objetivou investigar como o grupo de Marisqueiras da comunidade de Mangue Seco (Valença) articula e compartilha saberes para o aprimoramento de práticas produtivas. Assim, assume como objeto a atividade da mariscagem de um grupo de Marisqueiras em Valença (BA), e tem como recorte temporal o período de 2009 a 2014. Tendo em vista que os saberes pertencentes a grupos que desenvolvem atividades cujas práticas configuram-se como tradicionais e situam-se no circuito inferior da economia, a exemplo de comunidades que sobrevivem da pesca e mariscagem, encontram-se em situação de invisibilidade produzida pela racionalidade dominante e que tal configuração acarreta o desperdício de experiências, entende-se que a mobilização dos saberes para a solução de problemas e o aprimoramento de suas práticas torna-se imprescindível. Apesar de desenvolverem uma atividade cuja riqueza de saberes revela-se na manutenção destas ao longo dos anos e, sobretudo, por representar sustento e geração de renda para o grupo de Marisqueiras, a mariscagem apresenta-se como desvalorizada e invisível econômica e socialmente traduzindo-se em ausência de investimentos e melhorias para as práticas inerentes à atividade e condenando à subalternidade os grupos que a praticam. Diante deste cenário, emerge o seguinte questionamento: como o grupo de Marisqueiras de Mangue Seco (Valença) articula e compartilha saberes para o aprimoramento de práticas produtivas? Esta pesquisa caracteriza-se, quanto à natureza, como pesquisa aplicada. No tocante à abordagem a investigação valeu-se dos vetores quantitativo e qualitativo. Assume inicialmente o caráter exploratório e evolui para a pesquisa descritiva. A pesquisa-ação delineou-se como tipo de pesquisa mais orientada ao problema e aos objetivos deste trabalho, visto ser uma modalidade que permite a intervenção do pesquisador na realidade social e a mobilização do grupo ou comunidade na solução dos problemas a partir da utilização de técnicas e métodos da pesquisa social. No âmbito da pesquisa-ação o Diagnóstico Rural Participativo delineou-se como instrumento imprescindível para promoção da articulação e compartilhamento de saberes através de suas ferramentas. Na busca de coerência aos procedimentos metodológicos, na acepção teórica do estudo, procedeu-se à pesquisa bibliográfica em livros, revistas, bancos de dissertações e teses congêneres, à pesquisa eletrônica e a pesquisa documental através dos registros do projeto de extensão Maria Marisqueira e do projeto de pesquisa Mapeamento e difusão de ferramentas de gestão do conhecimento e capital social em comunidades locais: um estudo sobre as Marisqueiras do Mangue Seco em Valença (BA). Na vertente empírica utilizaram-se rodas de conversa, oficinas, entrevistas e formulários. Os resultados revelam que as Marisqueiras possuem uma diversidade de saberes, essencialmente aqueles relacionados com o ambiente natural, onde desenvolvem suas práticas produtivas. Os dados ainda mostram que elas compartilham saberes prioritariamente com os membros da família e de sua comunidade, mas que, mediadas pela pesquisa, elas demonstraram potencial para articular e compartilhar saberes e práticas com outros grupos. Conclui-se que a articulação e o compartilhamento dos saberes e práticas das Marisqueiras permitiu visibilidade ao grupo e orientou todos os atores envolvidos neste estudo para a construção coletiva de estratégias, a exemplo da tecitura redes solidárias, do fortalecimento do capital social, da criação de tecnologias sociais, do fomento da economia solidária e da demanda e proposição de políticas públicas que comunguem com a melhoria das práticas produtivas das Marisqueiras. |