Avaliação do papel da serotonina na resposta de macrófagos murinos inoculados com Staphylococcus aureus e Escherichia coli

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Barbosa, Camila Dutra lattes
Orientador(a): Marques, Lucas Miranda lattes
Banca de defesa: Marques, Lucas Miranda, Soares, Telma de Jesus, Melo, Fabrício Freire de
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal da Bahia
Programa de Pós-Graduação: Programa Multicêntrico de Pós-Graduação em Ciências Fisiológicas (PMPGCF) 
Departamento: Instituto Multidisciplinar em Saúde (IMS)
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufba.br/handle/ri/37090
Resumo: A Serotonina (5-hidroxitriptamina ou 5-HT) modula respostas imunológicas em células imunes, sendo que essa ação ocorre por meio do sistema serotoninérgico. Este neurotransmissor monoaminérgico atua sobre as células imunes, coordenando as respostas imunológicas de macrófagos, células Natural killer (NK), células dendríticas e linfócitos, seja inibindo-as ou estimulando-as, porém não são conhecidos os efeitos da 5- HT especificamente sobre diferentes estímulos imunes, em tecidos específicos. Com isso o presente estudo teve como objetivo avaliar o efeito da 5-HT, na resposta imunológica induzida por inoculação de Staphylococcus aureus e Escherichia coli, em cultura de macrófagos peritoneais e esplênicos de camundongos tratados ou não com a serotonina. Para isso, foram utilizados camundongos da linhagem C57BL6. O primeiro grupo foi o de animais tratados com 5-HT in vivo, onde foi administrado a serotonina via intracerebroventricular e após 30 minutos foi injetado via intraperitoneal o LPS, no intuito de induzir uma inflamação local. O segundo grupo de animais sham, realizou a cirurgia ICV, no entanto, foi administrado apenas ácido ascórbico 0,1% (veículo) e não passou pelo processo de indução inflamatória. Após a cirurgia, os macrófagos peritoneais e esplênicos foram extraídos dos animais, utilizando protocolo específico, e seguiram para incubação durante 24 horas. O grupo sham foi dividido em dois subgrupos: macrófagos tratados com 5-HT in vitro e os macrófagos não tratados. Os macrófagos tratados in vitro receberam diferentes dosagens de 5-HT (10-3 M, 10-6 M e 10-8 M) e foram novamente incubados por 24 horas, enquanto o subgrupo de macrófagos não tratados não passou por nenhum tipo de contado com 5-HT. Após o período de respectiva incubação, os macrófagos tratados in vivo, in vitro e os não tratados foram infectados com E. coli e S. aureus (controle positivo) ou salina (controle negativo) e incubados novamente por 3 horas. Após a coleta, foi realizado a expressão gênica das citocinas TNF-α, IL-1β, IL-6 nas células, bem como a dosagem de peróxido de hidrogênio e de óxido nítrico do sobrenadante. De maneira geral, macrófagos obtidos de animais tratado in vivo com 5- HT e macrófagos tratados in vitro com 10-3 M e 10-6 M de 5-HT apresentaram menores expressões de marcadores inflamatórios quando comparado com macrófagos sem nenhum tipo de tratamento, nas infecções utilizando E. coli e S. aureus, especialmente 10-3 que registrou essa queda em todas as análises realizadas. O mesmo efeito não foi observado com o tratamento in vitro utilizando 10-8 M de 5-HT. Portanto, os resultados do presente estudo nos levam a conclusão que a serotonina pode estar envolvida na inibição de componentes que regulam a inflamação de acordo ao tipo de infecção ao qual este estiver exposto. Além disso, a modulação da serotonina na resposta inflamatória indica um possível potencial anti-inflamatório do 5-HT. No entanto, mais estudos necessitam ser realizados para avaliar profundamente os mecanismos envolvidos nesse processo.