Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2020 |
Autor(a) principal: |
Roriz, Aisha |
Orientador(a): |
Rosa, Laila |
Banca de defesa: |
Marques, Francisca,
Moreira, Paulo |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Escola de Música da Ufba
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-Graduação em Música- Ufba
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
http://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/34608
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Resumo: |
Através de uma abordagem autoetnográfica, este trabalho apresenta o resultado da observação participante nos rituais da doutrina cantada do Santo Daime no CICLU/Ba, centro que segue o trabalho espiritual do Mestre Raimundo Irineu Serra, seu criador. Nesta tradição musical os hinos não são composições musicais, mas sim cantos "recebidos" do plano espiritual. O repertório analisado nesta pesquisa contempla os hinários obtidos até a morte do Mestre, em 1971. Tendo como marco principal a aparição da Virgem da Conceição, que ofereceu os hinos primeiramente ao Mestre Irineu e em seguida aos outros(as) daimistas, instituindo assim o sagrado feminino em seu mito de origem, será analisado o protagonismo das mulheres como zeladoras desses cânticos e guardiãs originárias dessa tradição musical. Buscando compreender as raízes culturais e musicais determinantes para o surgimento desse estilo de canto, foi realizado um estudo sobre as sonoridades que permearam a vida do Mestre Irineu e de seus(as) companheiros(as) antes e durante o “recebimento” dos hinos. Inicialmente foram analisados os elementos musicais de suas origens nordestinas e em seguida, os da região amazônica, para onde muitos deles migraram em busca de trabalho no início do séc. XX. Também foram observadas outras influências musicais que, guiadas através da consciência expandida pela santa bebida, compuseram a cultura acústica dos daimistas originários. O trabalho se fundamenta numa perspectiva da Etnomusicologia engajada e sensível ao feminino, se referenciando em conceitos teóricos brasileiros, como "cultura acústica" de José Lopes (2004), "teoria nativa" de Tiago Pinto (2001) e trabalhos sobre o sagrado feminino na música religiosa como Laila Rosa (2009), Kátia Rabelo (2013), Camila Benedito (2019) e Beatriz Labate (2009). |