Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2019 |
Autor(a) principal: |
Alves, Aline Kedma Araujo |
Orientador(a): |
Factum, Ana Beatriz Simon |
Banca de defesa: |
Teixeira, Marize Malta,
Hernandez, Maria Herminia Oliveira,
Factum, Ana Beatriz Simon |
Tipo de documento: |
Dissertação
|
Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal da Bahia
|
Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-Graduação em Artes Visuais
|
Departamento: |
Não Informado pela instituição
|
País: |
Brasil
|
Palavras-chave em Português: |
|
Área do conhecimento CNPq: |
|
Link de acesso: |
http://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/31697
|
Resumo: |
A decoração de interiores é considerada como atividade feminina devido a processos históricos de continuidade à noção de mulheres enquanto pertencentes aos ambientes privados e domésticos. Mesmo com a incorporação dos conceitos do design ao longo do tempo, o seu exercício ainda é visto como feminino. Neste trabalho investiga-se os processos que historicamente levaram a decoração para este lugar a partir da análise de artigos que tratam sobre decoração nas revistas femininas brasileiras entre 1920 e 1930, com o objetivo de demonstrar as relações entre decoração e gênero. Apoia-se na perspectiva foucaultiana que considera importante analisar o passado para entender o presente, portanto o lócus da casa burguesa do início do século no Brasil se apresenta como pertinente para observar tanto a decoração enquanto tema relevante para a sociedade em plena modernização, quanto o papel da mulher dentro da casa. A partir da categorização que define as artes decorativas como artes menores, estuda-se como esta nomenclatura contribuiu para o estigma da decoração como inferior. Pensa-se estas relações não só através dos fundamentos teóricos das artes, mas também através dos estudos de gênero e a história da construção do próprio sujeito mulher no período estudado, na tentativa de desnaturalizar os assuntos entendidos como intrínsecos às mulheres. Esta é uma discussão urgente, uma vez que a naturalização da decoração enquanto lugar de mulher aparece frequentemente como questão dada e imutável contando com poucos trabalhos na área do design. Aporta-se no uso de procedimentos metodológicos da História, tendo as revistas como fontes documentais desta pesquisa. Para análise do seu conteúdo aplicou-se o método da análise de conteúdo proposto por Laurence Bardin (2016), em três artigos específicos da Revista Feminina (1914-1936). Como conclusão, constata-se a relação historicamente construída entre decoração e feminilidade, ou seja, a materialidade dos interiores domésticos associados à imagem feminina divulgadas pelas revistas atuaram como reforçadores de estereótipos de gênero, bem como reprodutores dos discursos dominantes, da cultura dominante e permanecem refletidos até hoje na sociedade, sendo visível na profissão da decoração. |