Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2019 |
Autor(a) principal: |
Silva, Sandra Andrade |
Orientador(a): |
Sampaio, Sônia Maria Rocha |
Banca de defesa: |
Carneiro, Virgínia Teles,
Dazzani, Maria Vírginia |
Tipo de documento: |
Dissertação
|
Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Instituto de Psicologia Universidade Federal da Bahia
|
Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-Graduação em Psicologia
|
Departamento: |
Não Informado pela instituição
|
País: |
Brasil
|
Palavras-chave em Português: |
|
Área do conhecimento CNPq: |
|
Link de acesso: |
http://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/28837
|
Resumo: |
A inserção na universidade de grupos tradicionalmente excluídos da educação superior é um fenômeno recente na educação brasileira. Apesar das políticas de expansão e democratização, o perfil estudantil em cursos universitários de alto prestígio ainda é composto por estudantes brancos e de setores hegemônicos da sociedade. Neste sentido, o curso de Medicina é o maior representante das carreiras monopolizadas pelas elites. Este estudo teve como objetivo principal analisar as experiências relacionadas à consolidação da permanência de estudantes provenientes das camadas populares no curso de Medicina da Universidade Federal da Bahia. Os participantes foram seis jovens oriundos de camadas populares, de baixa renda, pertencentes a famílias sem percursos de longevidade escolar e que representam a primeira geração a ingressar na educação superior. A abordagem do tema foi qualitativa e adotou-se o referencial teórico do Interacionismo Simbólico, vertente microssociológica que analisa os processos interacionais entre os sujeitos e seus contextos, bem como os significados que surgem destas experiências. As técnicas de produção de dados utilizadas foram diário de campo e entrevistas ancoradas na proposta metodológica da Entrevista Compreensiva. Os estudantes revelaram a construção dos itinerários que os conduziram até o ensino superior, os motivos identificados para a escolha do curso e os processos até a aprovação na seleção, as primeiras vivências e os enfrentamentos das dificuldades e, por fim, os significados sobre a construção da permanência no curso de Medicina. Os relatos dos estudantes permitem compreender que a permanência na educação superior é marcada por transições, adaptações e criação constante de estratégias de integração a um contexto desafiador. As exigências econômicas e pedagógicas e a rede de apoio destacaram-se em suas narrativas, assim como o intenso sofrimento pela vivência cotidiana da seletividade socioeconômica e racial, característica dos cursos de alto prestígio social. Por outro lado, alcançar este nível educacional significou possibilidades e transformações nas perspectivas de vida dos participantes. |