Manifestações culturais de Saubara-BA: Contribuições para preservação de ecossistemas manguezal
Ano de defesa: | 2018 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | , |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal da Bahia
Instituto de Humanidades, Artes e Ciências Professor Milton Santos |
Programa de Pós-Graduação: |
Programa Multidisciplinar de Pós-graduação em Cultura e Sociedade
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: | |
Área do conhecimento CNPq: | |
Link de acesso: | http://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/30502 |
Resumo: | Esta pesquisa, ao descrever as manifestações culturais que ocorrem na cidade de Saubara-BA, tenta compreender em que medida as mesmas apresentam indícios de laços afetivos com o ambiente, lugar de vida, trabalho e lazer. Parte do princípio de que os modos de vida dos moradores retratam memórias perpetuadas por gerações, reproduzindo elementos que corroboram para a preservação de manguezais. Nesse estudo, imbrica preservação de traços culturais e do ambiente natural, revelando um processo de interdependência entre o homem e a natureza que resultou em um rico legado cultural e criou as condições necessárias para o desenvolvimento de atitudes de preservação ambiental, aquilo que denominamos sentimento de topofilia. O conceito de Topofilia foi construído por Yi Fu Tuan (1974) e é a chave para o entendimento do “amor ao lugar”, um norteador para pensar o ambiente na forma como é percebido pelos atores sociais. Os fragmentos de topofilia observados na cidade nos deram as pistas necessárias para o entendimento de como as memórias impactam e servem de substratos para as manifestações culturais. A noção de sujeito ecológico, de Sato e Carvalho (2005), nos leva a discorrer sobre “um tipo ideal, forjado no jogo das interpretações onde se produzem os sentidos do ambiental levando em conta os universos da tradição (tempo de longa duração) e das experiências vividas no presente” (SATO E CARVALHO, 2005, p.54). Tomo por ator ecológico parafraseando Sato e Carvalho (2005) os atores sociais da cidade de Saubara que a partir de suas vivências em seus saberes e fazeres, transmitidos por gerações via educação informal, desenvolvem estratégias que auxiliam na preservação dos manguezais ali existente. As manifestações culturais reforçam e preservam identificações relacionadas ao lugar de vida, nas relações produtivas e simbólicas que se estabelecem diante da floresta de mangue e por meio delas, mantendo e reproduzindo modos de vida numa saudável relação com o ambiente, importante elemento para preservação do ecossistema manguezal. Hoje, a partir do que vi e vivi durante a pesquisa, posso afirmar que Saubara é flor e é pele. É flor porque é memória, elemento reprodutor de modos de vida na cidade. E é pele, pela sua capacidade de autorregeneração e proteção desses modos de vida que se reproduzem por gerações. |