METÁFORAS DUALISTAS DE DEMARCAÇÃO DO CORPO NA DANÇA: COMO MOTE EXPRESSIVO E POSSIBILIDADES DE REPENSÁ-LAS

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Simão, Charlene
Orientador(a): Rengel, Lenira Peral
Banca de defesa: Nunes, Sandra, Moura, Gilsamara
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Escola de Dança
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós Graduação em Dança
Departamento: Não Informado pela instituição
País: brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/19482
Resumo: A pessoa apreende o mundo por meio de metáforas. Deste modo elas não são apenas figuras de linguagem verbal. Metáforas dualistas de demarcação do corpo compõem um conjunto de modos como o corpo vem sendo compreendido, por meio de uma oposição que o demarca como, por exemplo, a separação entre o corpo e mente e entre dentro e fora. A hipótese da pesquisa é de que a dança é influenciada por essas formas de conceber o corpo e a partir delas seus criadores fizeram e fazem proposições, tanto para requisitar mais expressividade quanto para auxiliar na criação de movimentos. Com o intuito de refletir como as metáforas dualistas estiveram e estão presentes na dança, o estudo utiliza como exemplos os postulados de Noverre para o balé clássico, permeados pela metáfora corpo-espírito e a apropriação dos estudos de Delsarte que culminou na metáfora centro-periferia, requisitada pela dança moderna, ambos vinculados a uma busca por mais expressividade. As metáforas (o que inclui, segundo essa pesquisa, as dualistas) também podem auxiliar na criação e permanência de uma informação, um movimento. Entretanto as metáforas dualistas não refletem o quê, de fato, os processos cognitivos e a dança contemporânea, a partir dos anos de 1950, têm demonstrado: o corpo opera de outra maneira que não a dos dualismos. Para tanto este estudo se referencia, principalmente, em Lakoff e Johnson (1999, 2002) e Damásio (1996, 2000, 2004, 2011), pesquisadores da Linguística e Filosofia cognitivas e da Neurociência, respectivamente, relaciona algumas metáforas dualistas à dança e questiona-as ao apontar dois exemplos de obras da criadora Dani Lima. Como desenho metodológico é utilizada uma abordagem qualitativa, que do ponto de vista de seus objetivos é exploratória, pois se fundamenta em pesquisa bibliográfica e estudo de caso. O estudo de caso se dedica aos trabalhos Dentro-fora (2002) e Falam as partes do todo? (2003) de Dani Lima. A relevância desta pesquisa está em apontar como os modos nos quais o corpo vem sendo identificado, por metáforas dualistas de demarcação, influenciaram e influenciam a dança. E visa levantar possibilidades de a dança repensar essas metáforas.