Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2012 |
Autor(a) principal: |
Silva, Obdália Santana Ferraz |
Orientador(a): |
Muniz, Dinéa Maria Sobral |
Banca de defesa: |
Machado, Ana Maria Netto,
Mota, Kátia Maria Santos,
Beltrão, Lícia Maria Freire,
Maheu, Cristina Maria D'Ávila Teixeira,
Michinel, José Luis |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Faculdade de Educação
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pesquisa e Pós-Graduação em Educação
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
http://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/18281
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Resumo: |
Este estudo se insere no campo das discussões teóricas sobre a escrita acadêmico-científica, propondo uma reflexão crítica sobre a práxis pedagógica que alicerça o processo de produção textual no curso de Letras Vernáculas do Campus XIV-UNEB. Teve como objetivos analisar tais práticas a fim de compreender as concepções de linguagem e escrita, a partir das quais se estruturam as produções cientificas nesse curso; identificar, pelos recortes discursivos, a concepção e o lugar da escrita, como constituição da autoria, nas práticas p edagógicas dos professores e no cotidiano acadêmico dos alunos. Em termos teóricos, esta pesquisa está alicerçada na perspectiva da linguagem como processo interativo, social e histórico, ação dialógica (BAKHTIN, 2003; 2004) e mediadora entre sujeito e história (VYGOSTSKY, 1998; 2005); nas contribuições da Análise de Discurso Francesa (ADF), para tratar da escrita como exercício de autoria, autor como sujeito que produz um lugar de interpretação, discurso como prática política, lugar de debate, interdiscurso, conflito e confronto de sentido (ORLANDI, 1998; 2004; 2005a; 2005b; 2006a; 2006b; 2006c e PÊCHEUX, 1990; 1995; 2006; 2007). Os estudos de Foucault (1972; 1992; 2005), nos aspectos em que suas ideias coadunam com as da ADF, foram de suma importância para a discussão sobre formação discursiva. Importante se fez o diálogo com o campo da linguística textual, para tratar do texto como lugar de interação, no qual leitor e autor são sujeitos ativos, de contextos socioculturais específicos (GERALDI, 1997; 2006; KLEIMAN, 1999, 2000; KOCH, 2002; 2003). Em termos metodológicos, funda-se na abordagem qualitativa, de inspiração etnográfica, como caminho de investigação, e nas contribuições da ADF, para interpretação do corpus de análise. A análise dos recortes discursivos mostrou que a escrita acadêmico -científica, no referido curso, constitui um processo aligeirado, exercido na pressão do cumprimento do prazo para entrega e avaliação quantitativa, em meio a um número considerável de seminários a realizar e de leituras a fazer, configurando-se mais como um produto. Cada proposta de escrita é comprimida entre outras tantas solicitadas pelos professores, a cada semestre; a reescrita, a reflexão e a compreensão sobre o que se escreve, praticamente, não têm espaço na academia; apesar de um componente denominado SIP constituir um avanço, no sentido de levar o aluno a se interessar por uma atividade de escrita mais elaborada para socializar com os pares e professores, ainda constitui apenas mais uma tarefa do currículo, na qual está em jogo a avaliação, culminando na nota, que move o interesse dos alunos. Os resultados permitiram concluir que a produção do texto acadêmico-científico precisa transmutar-se de simulacro de uma escrita para atender apenas à demanda do professor e dos conteúdos da disciplina para uma proposta em que o aluno de Letras Vernáculas vivencie processos de escritainscrição, os quais lhe possibilite materializar seus conhecimentos pelo ato de escrever como atividade de dimensão crítica, através da qual, pelo ato de interpretação e produção, ele possa experimentar a pluralidade de significações que o situe frente ao saber-fazer, saber-ser, saber-dizer, com a finalidade de contribuir para sua formação como professor de língua materna |