Pele negra sem máscaras brancas: o julgamento da boa aparência em seleção de pessoal

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Paim, Altair dos Santos
Orientador(a): Pereira, Marcos Emanoel
Banca de defesa: Chaves, Antônio Marcos, Gouveia, Raimundo Cândido de, Santos, Gilberto Lima dos, Diamantino, Rui Maia
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Psicologia
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/23991
Resumo: Esta tese de doutorado teve como objetivo avaliar os efeitos do racismo no julgamento da boa aparência em seleção de pessoal. A boa aparência nos processos seletivos pode revelar o viés racial no acesso ao mercado de trabalho. Foram desenvolvidos três estudos: uma pesquisa documental, uma avaliação de fotos e uma simulação de seleção de pessoal. No primeiro estudo, a análise dos anúncios mostrou que a boa aparência não é mais um requisito explícito. Os cargos de atendimento a cliente como vendedor apresentou maior frequência com essas publicações. Para suprir a lacuna referente ao critério que definem esse julgamento, foram realizados dois estudos. Inicialmente, uma avaliação de fotos por juízes, utilizando imagens prototípicas. Uma escala de branqueamentos com fotos masculinas foi produzida, sendo instrumento para o estudo seguinte: um processo seletivo simulado. A amostra, nãoaleatória, foi composta por setenta e quatro (74) participantes, sendo quarenta e dois profissionais (57%). Os instrumentos utilizados foram uma avaliação de currículos, um conjunto de escalas de preconceitos, um inventário sobre racismo no mercado de trabalho, um indicador de boa aparência e um questionário sociodemográfico. Cinco hipóteses foram testadas. A primeira hipótese que assegurava a preferência por candidatos brancos foi corroborada. A segunda hipótese refere à boa aparência foi rejeitada, pois os participantes elegeram a higiene como um elemento mais presente no julgamento em seleção de candidatos. A hipótese referente à exclusão categórica não foi corroborada, pois os candidatos negros não sofreram discriminação imediata. A hipótese que aludia à mudança no padrão de julgamento foi parcialmente confirmada. A coerência entre os critérios avaliados e a escolha final favoreceu os candidatos brancos. Mas se notou reversão desse efeito em processos seletivos com candidatos negros em maioria. A hipótese alusiva a codificação racial foi rejeitada. Os candidatos não foram direcionados para função diferente por critérios raciais. Considera-se por fim que os processos seletivos devem se fundamentar no acolhimento da diversidade racial, elemento fundamental para o desenvolvimento criativo e inovador das organizações