Alterações morfológicas e de populações celulares em baços de pacientes com formas graves de leishmaniose visceral humana

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Matos, Selma Sousa lattes
Orientador(a): Santos, Washington Luis Conrado dos
Banca de defesa: Cardoso, Thiago Marconi de Souza, Tavares, Natália Machado, Santos, Washington Luís Conrado dos
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal da Bahia
Programa de Pós-Graduação: Pós-Graduação em Patologia Humana e Patologia Experimental (PGPAT) 
Departamento: Faculdade de Medicina da Bahia
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufba.br/handle/ri/38602
Resumo: INTRODUÇÃO: A leishmaniose visceral (LV) está associada a alterações arquiteturais esplênicas e redistribuição de populações celulares envolvidas na resposta imunológica. OBJETIVO: estudar a desestruturação da polpa branca do baço na LV humana e quais são as células e citocinas envolvidas neste processo. METODOLOGIA: Para este estudo, foram analisadas amostras de 10 baços humanos, 7 deles obtidas de esplenectomias em portadores de leishmaniose visceral grave e 3 oriundas de esplenectomias feitas em indivíduos sem leishmaniose. Seis dos 7 pacientes com LV são coinfectados com o vírus da imunodeficiência humana (HIV), com carga viral indetectável. Na tentativa de avaliar se as alterações observadas em baços em modelos murinos e caninos estão também presentes no baço humano no curso da Leishmaniose visceral, as secções de baço foram marcadas com os anticorpos contra CD3, CD4, CD8, CD20, CD79-α, CD68, Caspase 3, Foxp3, IFNg, IL-1β, IL-4, IL-6, IL-10, IL-17, TGFβ e TNFα. RESULTADOS: Os resultados observados, da comparação entre baços com LV e baços sem LV, evidenciaram plasmocitose na polpa vermelha, hiperplasia ou atrofia e desestruturação da polpa branca, além de redução da população de células T CD4+, aumento da população de linfócitos T CD8+ e redução das células CD20+ na polpa vermelha. Dentre as citocinas, houve redução de IL-10, IL-17 na polpa branca e na polpa vermelha. E, na polpa branca, houve aumento da expressão de TNF, Foxp3 e Caspase3 nos baços com leishmaniose visceral. CONCLUSÃO: Tais achados são compatíveis com uma resposta imune ineficiente frente a uma superexposição antigênica, diante da infecção crônica e/ou da coinfecção LV-HIV, culminando com exaustão, quando as células perdem a capacidade de resposta imune eficiente, com menor produção ou ausência de produção de moléculas protetoras para o hospedeiro e produção de moléculas inibitórias, o que favorece o agravamento da doença. O que vale dizer que a hiperestimulação antigênica crônica leva à ativação persistente, o que determina exaustão do sistema imune.