Formação de agregados óleo-material particulado em suspensão em zona de manguezal e sua contribuição na dispersão do óleo em zonas impactadas por petróleo: estudo de caso em modelos de manguezal em meso-escala.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2014
Autor(a) principal: Trindade, Maria Clara de Luna Freire
Orientador(a): Oliveira, Olívia Maria Cordeiro
Banca de defesa: Oliveira, Olívia Maria Cordeiro, Otero, Olga Maria Fragueiro, Dórea, Eduardo Luiz Vianna, Moreira, Ícaro Thiago Andrade
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Instituto de Geociências
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Geoquímica: Petróleo e Meio Ambiente
Departamento: Não Informado pela instituição
País: brasil
Palavras-chave em Português:
osa
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/26278
Resumo: Agregados óleo material particulado em suspensão (MPS) (oil suspended particulate matter aggregates – OSA, sigla em inglês) são formações microscópicas compostas de fases distintas de óleo e MPS, formados em meio aquoso. Foi proposto que a sua formação tem um papel central na remoção natural de derramamentos de óleo causados pela indústria petrolífera, na coluna d’água ou no sedimento, principalmente em ambientes de baixa energia hidrodinâmica, como em áreas de manguezal. A interação entre o óleo e o MPS depende de fatores como: salinidade da água, tipo de MPS, característica do óleo e energia hidrodinâmica; esses fatores devem ser levados em consideração antes de usá-lo como uma resposta de remediação. O presente trabalho desenvolveu unidades de simulação de manguezal para verificar a formação de agregados óleo-MPS nesse tipo de ambiente. Para tanto foram realizados derramamentos de petróleo nas unidades de simulação, a simulação teve 15 dias de duração. Neste modelo foi simulado um regime de maré diurno, sendo coletadas amostras de água, sedimento, OSA e óleo durante o experimento. Nestas amostras foram determinados: para o sedimento – granulometria, mineralogia, carbono orgânico total, fósforo e hidrocarbonetos totais de petróleo (HTP); para a água e material particulado em suspensão foi determinado HTP; para o óleo o perfil cromatográfico pré e pós experimento e para o OSA foram identificados os tipos formados e sua concentração ao longo do tempo. Análises estatísticas foram aplicadas para compreender melhor como alguns parâmetros físicos e químicos do sedimento influenciam na formação do OSA e como o OSA influencia na distribuição do HTP. Os sedimentos tinham em média 30% da sua granulometria nas frações silte e argila, a caracterização mineralógica identificou à presença de argilominerais. Os níveis de matéria orgânica encontrados foram entre 3,5% e 5, e esta apresentou uma correlação positiva com a quantidade de OSA formado. Os valores do fósforo quase não se alteraram durante o experimento demonstrando que o fósforo não será um nutriente limitante na degradação do petróleo. Ocorreu uma redução dos hidrocarbonetos totais de petróleo de 35% nas unidades de simulação e de 13% no branco mostrando que a formação dos agregados possivelmente acelerou a degradação do óleo. A visualização no microscópio possibilitou verificar a formação do OSA durante todo o período experimental, e identificou-se o OSA do tipo amorfo e do tipo gotícula. O OSA foi mais abundante nas marés baixas e na superfície da coluna d’água. E a formação do OSA teve correlação negativa com a quantidade de HTP dissolvido na água. Os sedimentos utilizado possuem boas características para a formação natural dos agregados óleo material particulado em suspensão, e esta contribui para a dispersão do óleo.