Empregabilidade: um estudo com jovens aprendizes de um programa de aprendizagem profissional

• Ano de defesa: 2024
• Autor(a) principal: Gutierrez, Suzana Pilar Lopes Cardoso Santos
• Orientador(a): Pérez, Erico Rentería
• Banca de defesa: Peixoto, Adriano de Lemos Alves , Sánchez, Wilner Arbey Riascos , Pérez, Erico Rentería , Moreno, Martha Cecilia Sabala
• Tipo de documento: Dissertação
• Tipo de acesso: Acesso aberto
• Idioma: por
• Instituição de defesa: UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA
• Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Psicologia (PPGPSI)
• Departamento: Instituto de Psicologia
• País: Brasil
• Palavras-chave em Português: Empregabilidade; Modelo multidimensional; Programa de aprendizagem profissional; Jovem aprendiz; Dimensão individual
• Área do conhecimento CNPq: CNPQ::CIENCIAS HUMANAS::PSICOLOGIA::PSICOLOGIA DO TRABALHO E ORGANIZACIONAL
• Link de acesso: https://repositorio.ufba.br/handle/ri/40029

No presente estudo, a empregabilidade é compreendida a partir do modelo multidimensional de Botero & Rentería (2019), que engloba as dimensões socioeconômica, cultural e política; institucional da educação e dos dispositivos de formação; organizacional e das relações de trabalho, e a dimensão individual que envolve os recursos pessoais, relacionais e psicológicos associados com a empregabilidade, a partir das quais os indivíduos interagem com diferentes atores sociais que constituem o mundo do trabalho. Considerando a aprendizagem profissional como política pública de inclusão de jovens no mercado de trabalho, esta dissertação buscou estimar a empregabilidade de jovens egressos de um programa de aprendizagem, a partir de um modelo multidimensional, além de apresentar elementos para a sua compreensão, bem como caracterizar as particularidades das experiências destes jovens, considerando a perspectiva de egressos de um programa de aprendizagem, de professores da instituição formadora, e de empregadores. Para isso, foi realizada uma pesquisa de abordagem mista exploratória, que compreendeu a aplicação de um instrumento internacional de mensuração da empregabilidade de egressos do ensino superior (Rentería et. al, 2018), que foi traduzido, adaptado e aplicado, de acordo com a realidade do público alvo escolhido, e a realização de entrevistas semiestruturadas com os professores, empregadores, e jovens aprendizes egressos de um programa de aprendizagem profissional das organizações coparticipantes. Em termos de amostra, 126 jovens aprendizes egressos responderam ao questionário; complementarmente cinco professores, cinco empregadores, e cinco jovens aprendizes egressos foram entrevistados. Neste contexto, os resultados da enquete por questionário indicam que os egressos do programa de aprendizagem estudado possuem boa reputação no mercado de trabalho e que a experiência de trabalho adquirida é relevante para a sua inserção profissional. Além disso, observa-se que os jovens egressos identificam onde querem se projetar profissionalmente e fazem o necessário para alcançar este objetivo, possuindo índices elevados de formação complementar, cursos de atualização, técnico e pós-graduação, mas as ofertas de trabalho recebidas por estes vão além do emprego formal - incluindo outras formas de trabalho e contratação -, apresentando-se como muito competitivas. Associado a isto, vários dos sujeitos entrevistados apontam a existência de financiamento por parte da organização e instituição formadora voltados para o programa de aprendizagem, e a preponderância da contribuição dos conhecimentos aprendidos e da experiência comprovada para a empregabilidade dos jovens egressos. Apontam também a existência de dificuldades, de discriminação no que concerne à entrada no mercado de trabalho, e ao preparo insuficiente fornecido pelo programa de aprendizagem. Conclui-se a preponderância de um enfoque dos participantes na dimensão individual, onde é atribuída aos jovens a responsabilidade pela sua empregabilidade. Observa-se a necessidade de uma maior atenção para que o programa não reproduza o papel de uma política que leve à manutenção das classes baixas em lugares de subemprego. Percebe-se também que o programa de aprendizagem profissional se configura como espaço para os jovens exercerem a cidadania através da compreensão de direitos e de deveres, com oportunidade de descobertas sobre carreira, escolhas, formação acadêmica, conhecimento técnico e prático do trabalho, além do convívio intergeracional e obtenção de renda, visando o desenvolvimento pessoal neste momento de transição para a vida profissional.