Resumo: |
Este trabalho demonstra, através de um processo dialético de exposição, o caráter social do valor, e a necessidade por parte deste de constante autonomização. Percorrendo as diversas formas assumidas pelo valor, e acompanhado suas transformações rumo à autonomização completa, foi possível perceber a importância crucial da compreensão do duplo caráter do trabalho para o entendimento do sistema de produção e acumulação capitalista. A partir do conceito marxiano de força de trabalho, foi possível identificar o capital como um ser social, contrariando o caráter coisificado a ele atribuído pelo mainstream econômico. Esta existência não coisificada do capital permite a este a dominação das relações entre os homens, fazendo com que os seres-humanos, independentemente de sua classe social, vivam com o propósito único de reproduzi-lo; enquanto o capitalista o reproduz na busca do lucro, o trabalhador o reproduz em busca da subsistência. Além disso, a dissertação expõe que, o valor, em seu processo de autonomização, desprende-se de seu símbolo, o dinheiro, convertendo-se em moeda pura-forma, que não é capaz de prometer nada além de si mesmo. Esta necessidade ontológica do valor, dá vida ao que chamamos de moeda-crédito – a partir de um esclarecimento que confronta a noção exposta pelos marxistas franceses. A existência desta moeda-crédito, que é, em sua essência, capital fictício, permite uma mudança na expressão dos valores sem que mudem as condições de produção. Com base nela, expõe-se o crédito e inflação como fatores contratendentes a lei da queda tendencial da taxa de lucro. Inteiramente apoiado nos desenvolvimento da lei realizados por Marx, tal como nos fatores contratendentes por ele a priori apresentados, demonstra-se, no curso do trabalho, os efeitos e as possibilidades de manifestação dos fenômenos, crédito e inflação, como atenuadores da tendência decrescente da taxa de lucro. Sem embargo, a divisão do trabalho intra-capitalista, que dá origem as formas concretas do capital, possuí uma relação importante no aparecimento da problemática inflacionária e no funcionamento do sistema de crédito. Principalmente, em virtude da concorrência constante, entre as formas concretas do capital, por uma parcela maior do mais-valor. Por fim, a dissertação conclui que o capital possui uma incrível capacidade de se reinventar, e que, para a compreensão dos novos instrumentos e formas surgidos desta reinvenção, é imprescindível a utilização do método histórico-dialético de Marx. Não obstante, conclui-se que o pensamento de Marx, não só, continua atual, mas também, indispensável a qualquer análise econômica. |
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