Mortalidade e Near Miss Neonatal no Estado da Bahia, Brasil

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Nery, Daiane Porto lattes
Orientador(a): Bezerra, Vanessa Moraes
Banca de defesa: Bezerra, Vanessa Moraes, Rocha, Daniela da Silva, Vieira, Verônica Cheles, Andrade, Amanda Cristina de Souza
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal da Bahia, Instituto Multidisciplinar em Saúde, Campus Anísio Teixeira
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva (PPGSC - IMS) 
Departamento: Instituto Multidisciplinar em Saúde (IMS)
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufba.br/handle/ri/40224
Resumo: INTRODUÇÃO: Em relação aos componentes da mortalidade infantil, a mortalidade neonatal tem apresentado queda discreta ao longo dos anos, constituindo um problema de saúde pública. Para além do evento morte, o indicador Near Miss Neonatal (NMN) contempla os recém-nascidos que experimentaram eventos adversos quase fatais, mas sobreviveram ao período neonatal. Neste sentido, a vigilância em saúde deve ser uma aliada no enfrentamento de desfechos desfavoráveis. OBJETIVOS: Analisar as taxas de mortalidade neonatal no estado da Bahia (estudo I) e analisar as taxas de Near Miss Neonatal (NMN) e os seus determinantes no estado da Bahia (estudo II). MÉTODOS: O primeiro estudo consistiu em séries temporais dos óbitos neonatais (n=2.246.730), estudo ecológico, ocorridos no estado da Bahia (2010 a 2020), dados disponíveis no DATASUS. Foram calculadas as taxas de mortalidade neonatal e distribuição segundo características sociodemográficas, obstétricas, do recém-nascido e nascimento e causas de óbitos. Análises de regressão Jointpoint foram adotadas para os cálculos de tendência e variação percentual anual (APC). O segundo estudo consistiu em uma coorte retrospectiva de nascidos vivos (n=1.821.384), no estado da Bahia (2012-2020), dados do SINASC. O NMN foi definido por: idade gestacional < 32 semanas; peso ao nascer < 1.500 gramas; Ápgar < 7 no quinto minuto e malformação congênita. Modelos de regressão logística foram ajustados para analisar os fatores associados ao NMN. RESULTADOS: Estudo I, observou-se tendência decrescente das taxas de mortalidade neonatal (APC: -1,9, p-valor: < 0,001) e neonatal precoce (APC: -2,2, p-valor: < 0,001) e estacionária da neonatal tardia. Maiores frequências de óbitos neonatais ocorreram entre: mães de 20 a 34 anos; com 8 a 11 anos de estudos; gravidez única; nascimento prematuro; parto vaginal; sexo masculino; raça/cor não branca; baixo peso ao nascer e entre aqueles com algumas afecções originadas no período perinatal e malformações congênitas. Foi observada tendência decrescente de mortalidade neonatal para as causas evitáveis por adequada atenção à mulher na gestação e no parto. E ascendente para sífilis congênita. No estudo II foram identificados 55.285, perfazendo uma taxa de NMN de 3,0/1.000 nascidos vivos. O sexo do recém-nascido (masculino), idade materna (10 a 19 anos e 35 anos ou mais), escolaridade materna (0 a 7 e de 8 a 11 anos), não ter companheiro, ter uma ou mais perdas fetais/abortos, gravidez múltipla, ter realizado menos de 6 consultas de pré-natal, não ter parto induzido, ter parto cesáreo, e apresentação fetal não cefálica foram positivamente associados ao NMN. E associaram-se negativamente ao NMN ser primípara, ter tido um ou mais partos normais anteriores, ter um ou mais partos cesáreos anteriores. CONSIDERAÇÕES FINAIS: A morbimortalidade da população estudada foi associada desde as condições sociodemográficas à assistência à saúde. Diante disso, o desafio de reduzir as iniquidades sociais precisa ser um dos principais eixos estruturantes para subsidiar o aprimoramento de linhas de cuidado em saúde materno-infantil.