Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2022 |
Autor(a) principal: |
Hercog, Bruna Pegna
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Orientador(a): |
Nussbaumer, Gisele Marchiori
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Banca de defesa: |
Nussbaumer, Gisele Marchiori
,
Bonfim, Carlos Alberto
,
Santos, Leandro de Paula
,
Facina, Adriana
,
Souza, Ana Lúcia Silva
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Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal da Bahia
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa Multidisciplinar de Pós-Graduação em Cultura e Sociedade (Poscultura)
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Departamento: |
Instituto de Humanidades, Artes e Ciências Professor Milton Santos - IHAC
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.ufba.br/handle/ri/35390
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Resumo: |
Esta teia-tese é um trabalho feito em trama, em diálogo. A encruzilhada foi adotada como operador conceitual para observar como as juventudes atuam politicamente produzindo arte e comunicação nas periferias – estes outros centros - de Salvador (Bahia, Brasil) e de Cali (Valle Del Cauca, Colômbia). Um mapeamento inicial identificou 173 coletivos (127 em Salvador e 46 em Cali), sendo 28 acompanhados no processo desta pesquisa. Formamos, ainda, um grupo co-pesquisador. A partir de interações dialógicas (conversas, oficinas de escrita, intercâmbios virtuais etc.) a hipótese da pesquisa foi se consolidando, assim como a pergunta que passou a guiar a teia: com suas táticas e produções artísticas os coletivos das “quebradas” de Salvador e de Cali não estariam produzindo conhecimentos capazes de incidir nos processos de emancipação dos seus territórios? Não estaríamos, portanto, rumo às epistemologias das quebradas? Para fazer esta discussão encontrei respaldo nas interações com os coletivos e, complementarmente, nas “Epistemologias do Sul” (SANTOS, 1989; 2017), no “Movimento Negro Educador” (GOMES, 2017), na “Pedagogia das Encruzilhadas” (RUFINO, 2018; 2019) e nos “Letramentos de Reexistência” (SOUZA, 2011). O desafio foi observar as epistemes que tensionam uma pretensa “epistemologia única”. Conectei experiências juvenis com o objetivo de identificar recorrências entre suas práticas e produções e, a partir delas, observar convergências, não equivalências, pois não se trata de um estudo comparativo. As convergências versam sobre a base ética-estética que sustenta o que chamo de ofensivas culturais emancipadoras, configurando possíveis epistemologias das quebradas. As “juventudes em movimento” caminham tendo a arte e a comunicação como alicerces pedagógicos, a ancestralidade como bússola, o território como âncora e a aposta pelo comunitário como catalizadora da atuação. Por meio do uso político da palavra elaboram dribles epistêmicos: táticas coletivas que se propõem a ressignificar os imaginários estigmatizados, produções de conhecimento que se dão na tensão, na negociação constante, e que encontram esteio nas cosmovisões afrodiaspóricas. A construção do sentido de comunidade possibilita que promovam um processo contínuo de autoformação e formação de pares, que, por sua vez, se relaciona a um movimento em defesa do território e das vidas que ali habitam. Com suas atuações e produções artísticas e comunicacionais, mais do que resistir, os coletivos acompanhados colocam em xeque cânones diversos, refazendo perguntas e questionando o que se convencionou chamar de conhecimento válido. |