Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2011 |
Autor(a) principal: |
Nossa, Tereza Cristina Bittencourt |
Orientador(a): |
Leal, Luiz Rogério Bastos |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Instituto de Geociências
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Programa de Pós-Graduação: |
Geologia
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
http://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/21489
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Resumo: |
O aquífero cárstico Salitre localiza-se na microrregião da Bacia de Irecê, situada na região centro-norte do estado da Bahia, compreendendo parte dos municípios de Irecê e Lapão, perfazendo uma área de 250km². Constituído por espessas sequências de calcarenitos, calcilutitos, calcissiltitos e dolomitos intercalados, por vezes, com sequências terrígenas subordinadas, constituídas por silexitos, arenitos, siltitos, laminitos e margas, com uma espessura máxima de 530m. As feições cársticas que ocorrem na área, como dolinas e sumidouros, equivalem a 4,7% da superfície da área de pesquisa, sendo mapeadas 177 feições cársticas no total, equivalendo a uma área de 11,73km². Com esta configuração cárstica a recarga efetiva média calculada foi de 35,49mm/ano, em função dos baixos índices pluviométricos da área, perfazendo 5,44% da precipitação total de 653mm/ano, com uma reserva reguladora média de aproximadamente, 8,9 x 106m³/ano. Nas 36 amostras de águas subterrâneas coletadas foram analisados 40 parâmetros físico-químicos constantes nas legislações aplicáveis, considerados orientativos para consumo humano. Foram obtidos valores mais elevados que os valores máximos permitidos para os seguintes elementos: cálcio, magnésio, dureza total, sólidos totais dissolvidos, sulfato, fluoreto, nitrato, nitrito, cloreto e arsênio. Dessa forma, as águas subterrâneas analisadas se enquadram como águas de “Classe 3”, em função da detecção de valores mais elevados que os valores máximos permitidos, sobretudo para nitrato, nitrito, cloreto e arsênio. Foram selecionados 32 compostos semivoláteis, constantes nas legislações aplicáveis, para consumo humano, sendo constatado nas análises a não detecção dos compostos pesquisados. Das amostras analisadas referentes às campanhas de 2009 e 2010, 51,62% são caracterizadas como águas Bicarbonatadas Cálcicas e Mistas e 48,38% apresentam características de águas Cloretadas Cálcicas e Mistas. Dessa forma, foi constatado um certo equilíbrio entre a qualidade das águas analisadas. As análises isotópicas das águas subterrâneas coletadas em poços tubulares localizados no setor leste da área, à montante do fluxo, apresentam-se mais empobrecidas em isótopos pesados do que aquelas obtidas de poços localizados no setor norte-noroeste, à jusante do fluxo, com valores enriquecidos para oxigênio e deutério (δ18O) e (δD), demonstrando que são águas mais evaporadas. Os valores crescentes de carbono inorgânico dissolvido (δ13CCID), evidenciam as interações com as rochas calcárias, corroborados pelo fato de que o enriquecimento isotópico ocorre preferencialmente no sentido (E-W), concordante com as direções preferenciais de fluxo obtidas na área. A análise granulométrica dos solos coletados em 17 pontos de amostragem permitiu a caracterização textural dos solos na área como: silto-arenoso (41,18%), silto-argiloso (35,29%) e siltoso (23,53%). Foram selecionados 07 pontos para análise de metais no solo: Cu+2, Zn+2, Pb+2, Fe+2 e Ni+2 e foi constatado, de acordo com os valores orientadores das legislações aplicáveis, valores elevados de chumbo de 242,8mg/kg na amostra S-16, coletada na área de disposição de rejeitos da mineração Galvani. A elaboração do Mapa de Uso e Ocupação dos Solos possibilitou a delimitação de classes de uso e ocupação dos solos da seguinte maneira: Agropecuária (75,70%); Cobertura Vegetal Nativa (17,41%); Área Urbanizada (4,36%), Áreas da Mineração Galvani (2,48%) e Lixões (0,05%), com predomínio das atividades de agropecuária, sobretudo das atividades agrícolas. A análise do Mapa de Vulnerabilidade Intrínseca à Contaminação permitiu a delimitação de três classes de vulnerabilidade na área: Moderada (53%), Baixa (40%) e Muito Alta (7%), obtidas com base na análise dos atributos discriminados pela metodologia COP e nos mapas temáticos gerados: Mapa Hidrogeológico, Mapa de Dolinas e Fraturas, Mapa de Declividade e Mapa de Uso e Ocupação dos Solos. Os fatores que mais influenciaram nos índices COP gerados na área foram: o fator “C”, nas áreas de influência das feições cársticas (dolinas e sumidouros), que equivale às classes de vulnerabilidade Muito Alta e Moderada e o fator “O” tanto nestas classes, como no restante da área, delimitada como classe de vulnerabilidade Baixa. O fator “P” não contribui de forma direta para o zoneamento de vulnerabilidade no aquífero Salitre. O Mapa de Vulnerabilidade Intrínseca à Contaminação, pode ser validado, sobretudo, em função da delimitação de feições cársticas, como dolinas e sumidouros, mapeadas no Mapa de Dolinas e Fraturas, uma vez que não foi constatada de fato, contaminação de origem comprovadamente antrópica, que venha comprometer a qualidade da água do aquífero Salitre na área. |