Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2016 |
Autor(a) principal: |
Nejm, Rodrigo |
Orientador(a): |
Ribeiro, José Carlos Santos |
Banca de defesa: |
Castro, Gisela Grangeiro da Silva,
Couto, Edvaldo Souza,
Chaves, Antônio Marcos,
Gouveia, Raimundo Cândido de |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Instituto de Psicologia
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-Graduação em Psicologia
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
http://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/20994
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Resumo: |
O uso da Internet por adolescentes cresce gradativamente no Brasil. Neste cenário de uso de múltiplas mídias, as relações afetivas, de trabalho, os estudos e o lazer passam a ter dispositivos tecnológicos como mediadores em situações e contextos variados. Considerando a singularidade das plataformas digitais como dispositivos complexos e híbridos que configuram práticas sociais ao mesmo tempo em que são configurados por elas, realizamos uma análise qualitativa sobre a exposição de si (self-disclosure) de adolescentes nos contextos digitais, atentando para as estratégias utilizadas para gerenciar a privacidade enquanto regulação dos acessos ao self nas interações mediadas. Realizamos entrevistas individuais sobre as exposições nos aplicativos e redes sociais Facebook, Instagram, WhatsApp e Snapchat, e observamos publicações nos perfis do Facebook e Instagram. Reconhecendo os adolescentes como protagonistas de suas experiências, destacamos as regras e limites que criam para gerenciar o fluxo das suas informações privadas nestas quatro plataformas. Verificamos que compartilhar informações privadas nos contextos digitais não significa o abandono da preocupação com a privacidade, mas sim novos limites, com regras definidas individual e coletivamente, negociadas para cada plataforma e para cada grupo de alvos das exposições. Apesar do uso diário, intenso e privativo pelos celulares, com uma grande quantidade de amigos no Facebook, seguidores no Instagram e contatos no WhatsApp e Snapchat, os relacionamentos interpessoais e as exposições ocorrem prioritariamente com as mesmas pessoas que conhecem de encontros em copresença física, uma proporção muito pequena das listas de contatos. Regular os conteúdos, as audiências e a própria copresença são formas de regular a privacidade enquanto regulação dos acessos ao self. Esta regulação mostrou-se associada às estratégias de apresentação de si, sendo o gerenciamento das impressões uma das formas mais explícitas de gerenciar o fluxo das informações em copropriedade com os pares sociais. A escolha de cada plataforma, a seleção dos conteúdos e dos alvos das exposições são ações realizadas com base em regras, expectativas e convenções sobre o que é considerado apropriado em cada situação social. Na tentativa de ampliar o controle sobre as situações, estas escolhas indicam estratégias criativas para descolapsar os contextos digitais e para lidar com a potencial sobreposição de audiências. Concluímos que ao gerenciar os limites e regras das exposições voluntárias, os adolescentes buscam regular os graus de envolvimento e de acesso ao self em cada relacionamento mediado. Por sua vez, o mesmo gerenciamento não ocorre com relação aos rastros digitais e às informações privadas expostas e registradas involuntariamente nas plataformas. Este acúmulo de tantos aspectos do self e o processamento pelos algoritmos traz à tona novos desafios para a regulação da privacidade, exigindo também o gerenciamento dos limites de acesso ao que chamamos de meta-self. |