Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2023 |
Autor(a) principal: |
Santos, Vanessa Silva dos
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Orientador(a): |
Araújo, Noélia Borges de |
Banca de defesa: |
Araújo, Noélia Borges de
,
Oliveira Filho, Jesiel Ferreira
,
Santos, Simone de Jesus |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal da Bahia
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Programa de Pós-Graduação: |
Pós-Graduação em Literatura e Cultura (PPGLITCULT)
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Departamento: |
Instituto de Letras
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.ufba.br/handle/ri/41440
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Resumo: |
O presente trabalho se dedica ao estudo do romance A Gloriosa Família: o tempo dos flamengos (1999), de autoria do escritor angolano Pepetela. Trata-se da releitura dos sete anos (1641-1648) em que Luanda permaneceu sob dominação holandesa. O foco narrativo é voltado para a família de Baltazar Van Dum, um holandês católico, comerciante de escravos que se envolve em uma série de conflitos para manter sua posição, durante a guerra entre portugueses e holandeses. Toda a trama é narrada pelo escravo pessoal de Baltazar. A problemática da voz narrativa de um escravo sobre o seu dono e os recursos ficcionais utilizados dão testemunho da relação senhor/escravo numa visão dupla. Preenchendo os vazios, convertendo em disfarce o seu silêncio, o escravo é inserido no jogo de poder e de linguagem em que se configuram as identidades coloniais, o que lhe permite se posicionar como o sujeito do discurso no transcorrer da narrativa. Diante disso, pretende-se verificar de que modo o romance se insere no quadro de representação do passado e releitura de fatos históricos, sob o prisma das relações entre Literatura e História e a partir de algumas ideias chave das teorias pós-coloniais. Analisa-se, também, o modo como o romance evidencia as consequências do escravismo sobre os indivíduos. Toma-se como pressuposto a experiência da colonização, o autoquestionamento identitário, os processos de desconstrução e ressignificação de noções arraigadas na cultura ocidental a respeito da literatura, da constituição do sujeito e da identidade. A relevância desse estudo se evidencia no registro dos mecanismos simbólicos de reprodução do racismo que perduram até os dias atuais. A Gloriosa Família é tomada como referencial literário e teórico que possibilita, através da sua representação das sociedades escravagistas e pessoas escravizadas, traçar as questões colocadas pelo estudo das literaturas africanas de modo geral, tomando-o como instrumento para compreensão das realidades pós-coloniais. Além disso, este estudo pretende atender a Lei 10.639/03, alterada pela Lei 11.645/08, que torna obrigatório o ensino da história e cultura afro-brasileira e africana em todas as escolas, públicas e particulares, do ensino fundamental até o ensino médio e pretende contribuir para a formação de uma geração mais sensível às consequências da escravidão na sociedade brasileira. |