Mulheres negras tensionam as fronteiras modernas da nação: uma cartografia poética do Atlântico Negro entre Brasil e Uruguai

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Marreiros, Juliana de Andrade lattes
Orientador(a): Souza, Lívia Maria Natália de lattes
Banca de defesa: Silva, Tiago Barbosa da, Alves, Moises Oliveira, Alves, Alcione Correa
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal da Bahia
Programa de Pós-Graduação: Pós-Graduação em Literatura e Cultura (PPGLITCULT) 
Departamento: Instituto de Letras
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufba.br/handle/ri/38068
Resumo: Esta dissertação tem por objetivo examinar as enunciações poéticas de mulheres negras constantes nas obras um corpo negro, de Lubi Prates, e na antologia Tinta: poetas afrodescendientes enquanto elaboração subjetiva do corpo afrodiaspórico como território enunciativo que ergue uma cartografia de presenças no Atlântico Negro. Para tanto, realizo esse estudo a partir de três categorias de análise, que servem de tópos para a sedimentação desse território rizomático, quais sejam, 1) Travessia afro-atlântica e sua extensão pelo território latino-americano, com especial atenção para Brasil e Uruguai, de onde se enunciam, respectivamente, as obras antes mencionadas; 2) Amefricanidade, categoria político-cultural cunhada por Lélia Gonzáles (2020), verificável nesse corpus poético feminino enquanto produção subjetiva do corpo que se configura como identidade rizoma nos termos de É. Glissant (2005); 3) Escrevivência, como operador teórico de agência coletiva de vozes (SOUZA, 2018) e locus criativo de imaginação de presenças forjada desde a enunciação literária de mulheres negras, segundo Conceição Evaristo (2017a). Desta forma, contempla-se em tais poéticas negras femininas um corpo enunciativo que provoca tensões e fissuras às fronteiras modernas das nações a partir da irrupção enunciativa que põe em cheque a raiz única de matriz colonial como estruturante destes territórios nacionais, recuperando memória, história e ancestralidade desde as presenças contemporâneas recompostas pelo corpo-letra (EVARISTO, 2017b) inscrito desde prefácios amefricanos ao Atlântico Negro.