A prática nos sertões na Capitania de Porto Seguro: paulistas e indígenas na (trans)formação da sociedade colonial (1585-1701)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Santos, Uiá Freire Dias dos lattes
Orientador(a): Paraíso, Maria Hilda Baqueiro lattes
Banca de defesa: Barbosa, Bartira Ferraz lattes, Santos, Fabricio Lyrio lattes, Magalhães, Pablo Antônio Iglesias lattes, Cancela, Francisco Eduardo Torres lattes, Rego, André de Almeida lattes
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal da Bahia
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em História (PPGH) 
Departamento: Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas (FFCH)
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufba.br/handle/ri/37717
Resumo: A tese que ora apresentamos se propôs analisar a experiência histórica da Capitania de Porto Seguro no período entre os conflitos que causaram a expulsão dos jesuítas, nos anos finais do século XVI, até a fundação da Vila de Santo Antônio do Rio das Caravelas, em 1701. Como chave interpretativa ou fio condutor da análise nos valemos das experiências e processos históricos que puseram em evidência a continuidade e dependência da exploração das diversas formas de recrutamento e exploração do trabalho dos indígenas como meio de manutenção de uma colonização pouco expressiva e de limitado desenvolvimento. Através de um variado conjunto de fontes, depositadas em arquivos e fundos diversos, buscamos entender a condição precária da presença portuguesa na Capitania de Porto Seguro em contraposição à massiva e resistente presença indígena no território recortado. Evidenciamos que o pouco sucesso econômico da capitania teve como resultado a mobilização e deslocamento de grupos indígenas variados por meio do uso abusivo do recurso à violência que provocou a reiteração da exaustão de populações acompanhada da busca pela recomposição de mão de obra nas povoações coloniais e aldeamentos. Finalmente, a análise pôs em evidência que a exaustão dos grupos que habitavam o litoral, pela intensa exploração do trabalho, guerras e doenças infectocontagiosas forçou descimentos de grupos que habitavam regiões cada vez mais distantes do litoral tendo como resultado o crescimento da ocupação dos núcleos coloniais de indígenas do grupo Macro-Jê nas povoações portuguesas da Capitania de Porto Seguro. Para tanto, operamos de forma crítica com o conceito de sertão e seus múltiplos significados objetivando evidenciar o recurso à sua circulação praticado pelos agentes bem como pelos indígenas. Todo o processo foi acompanhado por uma leitura e interpretação crítica das leis oriundas da política indigenista da Coroa portuguesa.