Pedro Juan Gutiérrez: riso, ritmo e resistência nas esquinas da trilogía Sucia De La Habana

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Souza, Adilson Santos de
Orientador(a): Lopes, Cássia Dolores Costa
Banca de defesa: Mendes, Cleise Furtado, Telles, Lígia Guimarães
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Instituto de Letras
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Literatura e Cultura
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/27251
Resumo: O presente trabalho discute as evocações do riso e do ritmo cubano do bolero como estratégias de sobrevivência utilizadas pelos atores sociais da Trilogía sucia de La Habana (1998), do cubano Pedro Juan Gutiérrez, para resistir ao posicionamento autoritário sustentado pelo governo cubano ao largo dos trinta anos que separam o ambiente no qual se processa a obra da vitória dos insurgentes da Revolução Cubana. Nossa investigação é iniciada por meio da explanação dos fatos que conduziram Gutiérrez da profissão de jornalista para a de escritor, evidenciando seus conflitos com o Governo Revolucionário e, sobretudo, a censura às suas obras na ilha caribenha. Ainda no primeiro capítulo, damos abertura às discussões sobre a temática do riso, desenvolvendo um recorrido teórico a respeito do tema e findando com o conceito gutiérriano de filosofia de la risa. No segundo capítulo, direcionamos os nossos olhares para a temática do ritmo, sendo o bolero apresentado como o representante da expressão popular cubana. Nessa vereda, estabelecemos um paralelo entre os conceitos de ritmo e sabor, com a objetivação de discutir o paradigma político e social cubano nos contextos pré e pós-Revolução Cubana. No capítulo derradeiro, trazemos como proposta averiguar o quadro alternativo pintado por Gutiérrez concernente aos primeiros trinta anos do governo Fidel Castro. Para tanto, buscamos destacar o teor de incongruência, sinalizado pelo romancista, entre o discurso oficial do governo cubano e as agruras vividas pelos atores sociais da narrativa. Logo, concluímos nossas investigações por meio por meio da problematização das marcas do tempo impressas ao largo das três décadas do isolamento comercial e político imposto a Cuba pelos EUA. Nesse direcionamento, buscamos evidenciar o atraso econômico, a falta de recursos alimentícios e a precariedade dos aparatos tecnológicos que aprisionam os personagens gutiérrianos em um cenário correspondente às ruínas da década de 1960.