O VIOLÃO MICROTONAL SMETAKIANO E SEU PAPEL SOCIAL SIMBÓLICO JUNTO AO CAMPO DE CRIAÇÃO DE VANGUARDA NA ESCOLA DE MÚSICA DA UFBA DA DÉCADA DE 1970

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: PRIMO, VLADIMIR BOMFIM lattes
Orientador(a): ROBATTO, LUCAS
Banca de defesa: ROBATTO, LUCAS, BERTISSOLO, GUILHERME, COSTA, RODRIGO HERINGER, ANTUNES, GILSON HEHARA GIMENES, NETO, HUMBERTO AMORIM
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal da Bahia
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Música (PPGMUS)
Departamento: Escola de Música
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufba.br/handle/ri/41187
Resumo: A pesquisa aqui apresentada investiga o Violão Microtonal Smetakiano em seu papel social simbólico na relação com o campo de criação de vanguarda na Escola de Música da UFBA da década de 1970. Concebido pelo instrumentista, compositor, escritor e criador de instrumentos suíço Walter Smetak, e alvo de raros estudos até então, o instrumento foi inicialmente destina-do a atender práticas experimentais de natureza improvisativa dos ateliers por ele dirigidos na instituição naquela década. Integra um conjunto maior de iniciativas tais como invenção de no-vos instrumentos, adoção da microtonalidade, adoção de metodologia oral ou diluição da tradi-cional fronteira compositor intérprete, situando-se no epicentro das iniciativas vanguardistas de maior relevância para a música experimental produzida na Bahia. A parte musical prática desta pesquisa investigou o instrumento em seu conceito, propriedades ergonômico-sonoras e méto-dos criacionais associados, realizando ensaios, workshops, espetáculos e produção de mídias, tendo em seu eixo as práticas performáticas improvisativas de criação em tempo real. Ações que permitiram entrever as condições instrumentais práticas às quais estavam sujeitos Smetak e grupos, revelando as implicações da operação matemática originária de sua concepção nas prá-ticas e na distinção sonora por ele representada. A parte da análise sociológica apoiou sua me-todologia em preceitos presentes na praxiologia proposta pelo sociólogo Pierre Bourdieu, utili-zando como ferramentas a interpretação dos conceitos de campo, habitus, capital, poder simbó-lico e distinção, segundo o mesmo autor, do conceito de arte contemporânea segundo a soció-loga Nathalie Heininch, e da teoria da vanguarda segundo o sociólogo Peter Burger. Foi tal análise que permitiu revelar como a distinção por ele representada, em sua concepção, práticas performáticas associadas, e simbologia cultural, atuou nas relações de forca e exercício de po-der simbólico no contexto da luta pelo monopólio da determinação de hierarquia de valores dentro de tal campo, fazendo transparecer seu duplo papel, de bem simbólico e instrumento de poder, do campo e de crítica pela revisão de seus ideais.