Insubmissa mulher: Maria Firmina, uma voz feminina negra no contexto da abolição

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Santos, Iracema Paixão dos lattes
Orientador(a): Moniz, Elias Alfama Vaz lattes
Banca de defesa: Conceição, Juvenal Carvalho lattes, Santos, Tatiana Sena dos lattes, Souza, Cristiane Santos lattes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal da Bahia
Programa de Pós-Graduação: Programa Multidisciplinar de Pós-Graduação em Estudos Étnicos e Africanos (PÓS-AFRO) 
Departamento: Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas (FFCH)
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufba.br/handle/ri/41369
Resumo: Os estudos sobre personalidades históricas que confrontaram o colonialismo, como Maria Firmina dos Reis, são de singular importância no campo dos estudos decoloniais, das disputas por narrativas contra-hegemônicas e das lutas antirracistas. Reis foi uma mulher insubmissa que, no contexto do Brasil oitocentista, trouxe para o centro da sua narrativa mulheres e homens negros, periféricos e indígenas, ou seja, pessoas que estavam à margem dos discursos políticos e do corpus literário brasileiro. Esta pesquisa tem como premissa resgatar a trajetória de Maria Firmina no campo pessoal e da sua produção literária. Nosso objetivo precípuo é demonstrar como, atravessada pela interseccionalidade, Maria Firmina dos Reis foi uma mulher negra, pobre, nordestina, professora e escritora que, de maneira disruptiva, foi a primeira romancista negra a publicar um livro no Brasil, colocando-se frontalmente contra a escravidão. Destarte, escolhemos para análise o romance Úrsula (1859) e o conto A Escrava (1887) com o intuito de colocarmos em evidência a articulação entre raça, gênero e classe que permeia a obra firminiana. A metodologia qualitativa e a revisão bibliográfica foram utilizadas como recursos metodológicos. Livros, periódicos, seminários e palestras que versam sobre a autora e sua produção foram utilizados como fontes. A conjuntura do Brasil e do Maranhão no século XIX ganham relevo para traçarmos o panorama histórico no qual Firmina nasceu, viveu e produziu suas obras. Empreendemos a seleção e análise de diversas imagens conhecidas da autora para discutirmos o racismo e a representação de negros e negras ao longo da história. Sua obra escrevivente é compreendida como memorável contribuição histórica pois revela as opressões que estruturam a emergência da nação brasileira. Palavras-chave: Maria Firmina dos Reis, Decolonialidade, Literatura Negra Feminina, Escrevivência, Interseccionalidade.