Improvisação como competência cultural na atividade gerencial de organizações públicas de ensino.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2014
Autor(a) principal: Santos, Leonardo Augusto Nascimento dos
Orientador(a): Davel, Eduardo Paes Barreto
Banca de defesa: Neto, Ernani Coelho, Cavedon, Neusa Rolita
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Escola de Administração
Programa de Pós-Graduação: NPGA
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/24054
Resumo: No cenário de complexidade em que se encontram atualmente as organizações contemporâneas, é impossível que não haja momentos em que a improvisação não seja fator presente nas práticas do cotidiano organizacional, sendo inclusive, em algumas ocasiões, preponderante. É dentro desta realidade que esta pesquisa propõe examinar como a improvisação se manifesta como competência cultural na atividade gerencial de organizações públicas de Ensino. Adota-se como pressuposto que a cultura dentro e no entorno das organizações influencia a capacidade de improvisação dos gestores. Tem-se como objetivo geral da pesquisa examinar a consecução da improvisação como uma competência cultural relevante para a atividade do gestor público. Visto que a pesquisa envereda pelo viés cultural da improvisação nas práticas gerenciais, atrelamos os objetivos específicos às duas dimensões de estudo da cultura no âmbito dos estudos organizacionais, quais sejam, a cultura nacional (no caso, a brasileira) e a cultura organizacional. Utilizam-se referencias teóricas dos temas de improvisação nos contextos Anglo – Saxônico (a partir das metáforas da música, simbolizada no Jazz, e do teatro) e brasileiro, onde adotamos o Jeitinho como meio de sobrevivência; os conceitos de competência e cultura, e suas implicações nos estudos organizacionais, sendo que neste último destaca-se a ideia de culturas na organização, a partir do modelo de Análise de Martin e Frost (2001), e a cultura nacional, que conduzem ao conceito de competência cultural. Como metodologia adota-se a autoetnografia, pois esta favorece a compreensão de fenômenos subjetivamente intricados, cuja complexidade é abarcada a partir da vivência do pesquisador. Assim, a partir das experiências do pesquisador enquanto gestor, entre os anos de 2008 e 2010, em um setor de registros escolares de uma instituição federal de ensino tecnológico, são descritas e analisadas cinco práticas gerenciais, às quais são postas em reflexão, dentro da proposta retroalimentadora e subjetiva da autoetnografia, a partir de dezesseis entrevistas semi-estruturadas, em três níveis de estranhamento: membros da equipe de trabalho, outros gestores da organização, outros gestores de outras organizações. Os resultados indicam que a improvisação se manifesta culturalmente de forma integradora, diferenciada, ou fragmentada, por vezes com justaposição entre estas três perspectivas. O jeitinho é compreendido como arranjo, “gambiarra”, adequação, “sensibilidade subjetiva”, ou burla à ausência de normas. São formuladas sugestões para melhorar as práticas gerenciais estudadas.