Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2021 |
Autor(a) principal: |
Almeida, Alessandra Santos de
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Orientador(a): |
Andrade, Darlane Silva Vieira
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Banca de defesa: |
Andrade, Darlane Silva Vieira
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Gonzaga, Paula Rita Bacellar
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Pinto, Ilce Marilia Dantas
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Macedo, Marcia dos Santos |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal da Bahia
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-Graduação em Estudos Interdisciplinares sobre Mulheres, Gênero e Feminismo (PPGNEIM)
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Departamento: |
Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas (FFCH)
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.ufba.br/handle/ri/36363
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Resumo: |
Falar sobre mulheres é uma escolha que passa por dentro das dores da gente, é lamber as feridas abertas a gerações, é olhar os pés calejados das ancestrais, os lombos pesados das nossas iguais, acalmar úteros enfurecidos pelas violações, bocas costuradas, lágrimas secas, almas manchadas, mas, sobretudo, é saber que cada cicatriz é uma escrita eminentemente política. Este trabalho buscou lançar luz sobre uma questão do cotidiano de mulheres negras trabalhadoras que usam transporte público num contexto de crise sanitária e social. Com a pandemia da COVID19 acresceram-se as dificuldades econômicas e sociais e os episódios de violência contra as mulheres foi exacerbado. O transporte coletivo foi considerado um dos espaços de maior transmissibilidade do vírus. Aliou-se a isto a precipitação da crise do serviço, exibindo a fragilidade da política, suas características estruturalmente racista e sexista, bem como a ineficiência de garantir uma mobilidade socialmente acessível de qualidade. Partindo deste ponto de vista, o objetivo deste estudo foi compreender em que medida a atual Política de Mobilidade Urbana no Brasil, especialmente em Salvador, impactou na saúde mental de mulheres negras trabalhadoras de baixa renda, que durante a pandemia da Covid- 19 não puderam ficar em isolamento, pois, desenvolveram seus trabalhos formal ou informalmente, distantes de seus domicílios.Neste caminho nebuloso, mas também (por isto) inédito, considerou-se como objetivos específicos deste trabalho: identificar as condições de mobilidade para um grupo de mulheres negras de baixa renda que permaneceram trabalhando fora de casa durante a pandemia da Covid-19 em Salvador; analisar a percepção e vivências destas mulheres acerca das suas condições de mobilidade urbana; mapear nas narrativas de mulheres negras trabalhadoras de baixa renda, suas opiniões sobre como a mobilidade urbana contribui para saúde mental em tempo de pandemia e refletir sobre a mobilidade socialmente acessível e o direito das mulheres a cidade. Trata-se de uma Pesquisa Narrativa, a partir de epistemologias Feministas, que se apóia em estudo bibliográfico para construir o arcabouço teórico no qual se interseccionam raça, gênero, território, classe social como determinantes sócio econômicos da saúde mental. Mulheres-flores puderam expressar suas vozes silenciadas pela naturalização do sofrimento social através de suas narrativas sobre mobilidade urbana, cujos elementos analisados levaram a violência institucional contra as mulheres, perpetrada pela ineficiência da política, pela insegurança, pela presença constante do assédio sexual, pela violência psicológica como recurso silenciador e as micro agressões racial de gênero cotidianas. A partir de suas vozes ativas foi possível concluir afirmando a relação entre mobilidade, transporte público e saúde mental de mulheres negras e a urgência deste debate para a psicologia no Brasil e para as políticas sociais e de gestão pública. |