Estado e poder tradicional na Guiné-Bissau: uma análise da (re) inserção dos líderes tradicionais de Caió no cenário político e administrativo (1991-2020)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: CAOMIQUE, Policarpo Gomes lattes
Orientador(a): FIGUEIREDO, Fábio Baqueiro lattes
Banca de defesa: ARAÚJO, Melvina Mendes de lattes, SEIBERT, Dr. Karl Gerhard lattes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal da Bahia
Programa de Pós-Graduação: Programa Multidisciplinar de Pós-Graduação em Estudos Étnicos e Africanos (PÓS-AFRO) 
Departamento: Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas (FFCH)
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufba.br/handle/ri/34742
Resumo: Este trabalho analisa a relação entre o Estado e as autoridades tradicionais no período a seguir à independência na Guiné-Bissau, buscando identificar os mecanismos pelos quais esses dois atores criam e recriam o panorama político e administrativo. A atitude dos governos guineenses para com as autoridades tradicionais não tem tido um único viés – ganhou dinâmicas específicas em cada contexto. Nas primeiras décadas, o governo afastou as autoridades tradicionais e diminuiu a sua influência no panorama político e administrativo do país. Num segundo momento, ou seja, da década de 1990 aos dias que correm, as lideranças políticas tradicionais voltaram a chamar atenção dos governantes e partidos políticos. No discurso oficial, a revitalização das lideranças tradicionais resulta do reconhecimento da sua importância na manutenção do equilíbrio social; descentralização política e a consolidação do desenvolvimento local. No entanto, faz-se necessário atentar a outros fatores, tais como a fraca presença do Estado nas zonas rurais, o que resultou numa maior aproximação entre as autoridades tradicionais e a população local; a relação multidimensional que desenvolvem; e a questão do cálculo racional de vantagens e desvantagens feito pelas duas partes – se para as lideranças tradicionais a aproximação constitui uma oportunidade para participar do poder central ao nível local, para os partidos políticos, ela representa uma oportunidade de busca por aliados políticos mais legítimos.