Fatores associados às infecções multirresistentes em crianças hospitalizadas: estudo caso controle

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Souza, Andressa Silva Carneiro de lattes
Orientador(a): Whitaker, Maria Carolina Ortiz lattes
Banca de defesa: Avendaño Vásquez, Carlos Javier lattes, Marinho, Claudia Silva lattes, Santos, Luciano Marques dos lattes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal da Bahia
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Enfermagem (PPGENF)
Departamento: Escola de Enfermagem
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufba.br/handle/ri/38122
Resumo: As infecções ocasionadas por microorganismos multirresistentes são um problema de saúde pública, considerada uma ameaça à saúde pública mundial, podendo repercutir na morbidadade, mortalidade, prolongamento da internação e aumento dos custos da internação. Dentre os indivíduos acometidos, estão as crianças hospitalizadas, os quais são consideradas vulneráveis devido ao desenvolvimento em formação do sistema imunológico em crianças menores, risco de infecção cruzada transmitida por familiar ou acompanhante, susceptilidade aos antimicrobianos. Além das características das crianças, existem fatores associados às infecções multirresistentes, os quais são necessários conhecer para a tomada de decisão e planejamento de ações de prevenção e controle das infecções. Esse trabalho tem o objetivo geral de identificar os fatores associados às infeções multirresistente em crianças hospitalizadas de um hospital público pediátrico da Bahia. Estudo caso-controle realizado em um hospital público pediátrico da Bahia entre abril de 2021 a novembro de 2022, através de banco de dados da Comissão de Controle de Infecção Hospitalar e de prontuário eletrônico de crianças internados com infecções. Os casos foram definidos como as crianças que desenvolveram infecções multirresistente relacionadas a assistência à saúde e os controles foram as crianças que desenvolveram infecções relacionadas a assistência à saúde causadas por microrganismo não multirresistentes. A análise dos dados foi realizada por meio de estatística descritiva e regressão logística condicional utilizando o Microsoft Excel e o SPSS versão 24.0. Esta pesquisa é formada por 395 infecções, com 114 casos (28,9%) e 281 controles (71,1%), com razão de 1:2,5 entre casos e controles. Dos casos de infecções multirresistentes, predominaram o sexo feminino (n=60; 52,6%), a faixa etária dos lactentes (n=58; 50,9%), as doenças cardíacas (n=22; 19,3%) e as doenças respiratórias (n=19; 16,7%). No grupo caso houve um maior quantitativo de crianças com uso de mais de 1 antibiótico (n=60; 52,6%), predominaram o uso das classes dos antimicrobianos da Penicilina (n=42; 36,8%) e dos Glicopeptídeos (n=39; 34,2%) e as classes dos antimicrobianos com maior resistência foram a Penicilina (n=25; 21,9%) e os B-lactâmicos (n=31; 27,2%). Dentre as infecções, prevaleceram no grupo caso, a IPCS (n=61; 53,5%) e a PAV (n=15; 13,2%). Em relação ao número de IRAS, prevaleceram em ambos os grupos de crianças a ocorrência de 1 IRAS (n=80; 70,2%) e os microrganismos mais predominantes foram a Klebsiella (n=37; 32,5%), seguido do Staphylococcus (n=25; 21,9%). Os fatores associados ao risco de infecções multirresistentes foram o uso da SNG [OR 1,8 (1,01- 3,56), p=0,043] e o tempo de internação. Os fatores de proteção para as infecções multirresistentes foram o sexo [OR 0,5 (0,37-0,91), p=0,017] e as doenças gastrointestinais [OR 0,3 (0,18-0,76), p=0,006]. Nos fatores de riscos, a cirurgia recente e a doença crônica prevaleceram tanto no grupo caso como no grupo controle. Nossos resultados demonstram a importância do conhecimento dos fatores associados às infecções para prevenção e controle das infecções multirresistentes.