Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2007 |
Autor(a) principal: |
Baptista, Geilsa Costa Santos |
Orientador(a): |
El-Hani, Charbel Niño |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-Graduação em Filosofia (PPGF)
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/15805
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Resumo: |
Este trabalho apresenta resultados de uma pesquisa que teve por objetivos investigar qual a contribuição da etnobiologia para o ensino e a aprendizagem de ciências e avaliar intervenções pedagógicas baseadas no diálogo entre o conhecimento tradicional e o científico em salas de aula de biologia de uma escola pública em Coração de Maria, estado de Bahia, Brasil. A pesquisa foi desenvolvida em 2005 e 2006 e envolveu estudantes agricultores que freqüentaram o segundo grau. Inicialmente, realizamos observações das atividades agrícolas desenvolvidas pelos estudantes. Então, nós investigamos os seus conhecimentos tradicionais, os quais foram comparados aos conteúdos de ensino da biologia contidos em livros didáticos. O objetivo desta comparação, não foi a hierarquização destas formas de conhecimento, mas buscar oportunidades adequadas para nossas intervenções pedagógicas. Baseadas nestas comparações e em desenhos feitos pelos estudantes sobre as plantas cultivadas, elaboramos um material didático, que foi empregado em intervenções pedagógicas conduzidas por uma professora de biologia da escola investigada. Este material teve como objetivo orientar o diálogo entre o conhecimento tradicional agrícola e o conhecimento científico escolar no contexto do ensino de biologia, acompanhado da delimitação dos contextos de aplicação de cada uma destas formas de conhecimento. Nossos resultados indicam que os estudantes agricultores compartilham um corpo significante de conhecimentos e práticas influenciadas por suas tradições culturais, que estão, porém, em um processo de erosão. Tais conhecimentos apresentam semelhanças e diferenças com relação às idéias científicas apresentadas em livros didáticos de biologia. Nas intervenções pedagógicas, ocorreram discriminações na sala de aula que poderiam e deveriam ter sido mediadas pela professora, para dar lugar ao diálogo entre aquelas duas formas de conhecimento, mas não o foram. Alguns estudantes perceberam os distintos contextos de aplicação dos conhecimentos, em particular, de seu conhecimento tradicional. Levando em conta a metodologia utilizada para investigar os conhecimentos tradicionais agrícolas, concluímos que a etnobiologia pode contribuir para a investigação dos conhecimentos dos estudantes sobre a natureza. A inclusão dos XII conhecimentos etnobiológicos nas aulas de biologia abriu possibilidades para o diálogo entre os saberes empíricos dos estudantes e os conteúdos do ensino de biologia. Contudo, o diálogo entre saberes nas salas de aula é uma questão complexa, como mostram as dificuldades com as quais a professora se deparou, e coloca demandas específicas para a formação docente. O presente estudo aponta, assim, para a continuidade de nossa pesquisa através da elaboração e teste de estratégias que contribuam para a formação docente sensível ao ensino de ciências multicultural. |